Na manhã desta quinta-feira (11), a Polícia Civil do Pará, por meio da Diretoria Estadual de Combate a Crimes Cibernéticos (DECCC), realizou uma operação na região metropolitana de Cuiabá, Mato Grosso (MT), resultando na prisão de quatro indivíduos e no cumprimento de 10 mandados judiciais, sendo quatro de busca e apreensão e seis de prisão preventiva. A ação visa desarticular uma quadrilha envolvida em golpes como o ‘falso parente’, fraude de documentos e movimentação ilícita de valores.
Durante a operação, foram apreendidos documentos falsificados, cartões bancários, cadernos com assinaturas, celulares, computadores e discos de armazenamento de dados, que serão periciados para reunir evidências adicionais.
A investigação, denominada ‘Operação Cadoz’, teve início após idosos procurarem a Polícia Civil do Pará para registrar ocorrências relacionadas aos golpes. Segundo o delegado Márcio Murilo de Freitas, da Divisão de Combate a Crimes Econômicos e Patrimoniais Praticados Por Meios Cibernéticos (DCCEP), os criminosos são membros da mesma família e utilizavam dados de terceiros para confeccionar documentos de identidade falsos. Com esses documentos, abriam contas bancárias e realizavam transferências fraudulentas, causando prejuízos significativos às vítimas.
“Com os registros de boletins de ocorrências das vítimas, conseguimos iniciar as investigações e descobrimos que os autores dos crimes são membros da mesma família e participavam da confecção dos documentos de identidades com dados de terceiros sem conhecimento deles. Além disso, com suas fotos pessoais fixadas em carteiras de identidades falsas, realizaram o selfie de biometria facial segundo a RG para abertura de contas bancárias. Após o feito, o grupo realizava transferências para lavagem de dinheiro para todos os membros da associação criminosa”, detalhou o delegado.
Os investigadores estimam que cerca de 30 mil reais foram subtraídos de idosos paraenses, e casos semelhantes em outros estados, como Amazonas, Paraná, Pernambuco e Rio de Janeiro, estão sendo investigados.
O delegado ressaltou que criminosos anteriormente envolvidos em crimes violentos estão migrando para crimes cibernéticos, devido a penas mais brandas e à ilusão do anonimato proporcionada pelo ambiente digital.
A operação contou com a participação de cerca de 40 policiais, divididos em 12 viaturas, e recebeu apoio de várias unidades especializadas da Polícia Civil de Mato Grosso.
A diretora da DECCC, delegada Vanessa Lee, alertou para os cuidados necessários ao interagir nas redes sociais, destacando que os criminosos podem se passar por outras pessoas para cometer fraudes e roubar valores.
O delegado-geral da Polícia Civil, Walter Resende, enfatizou a importância da educação digital e da conscientização sobre os riscos online na prevenção de crimes virtuais e na proteção da segurança dos usuários. E destacou que mesmo que você não seja o alvo dos estelionatários, seus familiares podem ser vítimas devido à falta de cuidado nas redes sociais.
“Para o caso do golpe do falso parente, os criminosos têm tudo organizado. Para isso eles tem uma equipe somente para recolher as informações sobre a vítima. Isso pode acontecer com alguns acessos nas redes sociais, lá ele consegue as fotos de parentes, nomes, grau de parentesco e de onde eles são. E acredite, através das suas postagens, eles conseguem até descobrir quais são mais próximos de você. Pode ser que você não seja um alvo dos estelionatários, porém por falta de cuidado, seus familiares podem se tornar vítimas”, concluiu Rezende.