Pós-verdade, revisionismo histórico, os corruptos e corruptores de volta, processos anulados à base de canetada monocrática no STF. Fake news, queda de braço ideológica e negacionismo. A dinastia dos Barbalho. Houve de tudo em 2023. Um ano que se prolongará por 2024. Quem duvida?
A Nasa vai perder tempo e paciência se mandar seus cientistas ao país para estudar o comportamento dos brasileiro, sua alienação e bizarrices. É provável até que os gringos saiam correndo e gritando ‘pira paz, não quero mais”.
Não foi fácil, por exemplo, aturar o STF atuando como partido político, uma quase linha auxiliar do governo Lula. A eleição de Flávio Dino para a Suprema Corte, no circo armado no Senado por parlamentares acovardados e de rabo preso, foi o estopim de um país que teima em fazer da sem-vergonhice um estado de espírito.
O mais hilariante foi ver e ouvir gente que detesta a democracia fazendo juras de amor à dita cuja, num cinismo capaz de fazer corar monge de pedra. Além disso, fascista, nazista, comunista e ladrão foram as palavras mais utilizadas nas redes sociais, atadas nas escápulas do ódio.
Amar com todo ódio e odiar com todo amor esteve na ordem do dia. Foi a contribuição de quem nada tinha a oferecer ao país para ele superar suas tramas políticas nocivas e o fosso social. As palavras cortaram, ecoaram pelo Brasil afora como navalhas, mirando cabeças. Algumas rolaram; outras, permaneceram de pé.
Vimos ganhar manchetes na imprensa adestrada a velha tese da predominância do Estado sobre a vida dos cidadãos que bancam farras e desperdícios oficiais. Predominou o toma-lá-dá-cá no Congresso e o orçamento secreto ressuscitou com outro nome.
Afora isso, o loteamento de cargos, consciências e ministérios inflacionados, tudo sob a justificativa da tal governabilidade, além da gastança faraônica em viagens presidenciais bancadas pelos contribuintes, soaram como verdadeiro tapa na cara de todos.
E o Pará, em 2023? O ano acaba com o governo Helder Barbalho, como fez nos quatro anos do mandato anterior, tripudiando e alheio à miséria dos paraenses. A violência nas ruas do estado, a indigência na saúde, o sucateamento na educação e a falta de políticas na geração de empregos escancaram o que o governador se recusa a ver.
Helder manda em tudo, todos morrem de medo dele e temem contrariá-lo, interfere onde não é chamado e não admite críticas. Os que ousam criticar seu governo experimentam perseguições e ameaças. Há no estado um “modus operandi” com cheiro de tirania e descaso diante dos que não batem palmas ou se curvam a um governo de falastrões. como se o poder nas mãos dos Barbalho fosse algo eterno e imutável.
Para concluir, o que dizer sobre a polarização entre lulistas e bolsonaristas, que possuem mais afinidades entre si – como explica a imunização cognitiva – do que ambos poderiam negar? Deixemos que eles se engalfinhem e se olhem no espelho para descobrir suas semelhanças.
Só cabe dizer: rasga, 2023.