A Polícia Federal está nas ruas de Belém, Marabá, Parauapebas e Goianésia (GO), desde o começo da manhã de hoje, 14, cumprindo 8 mandados de busca e apreensão expedidos pela 2ª Vara Federal e Marabá, que também decretou o afastamento das funções de um agente público da própria PF, investigado por vazar informações de operação, o que causou prejuízos à instituição.
O alvo seria o delegado Everaldo Eguchi, que na última campanha eleitoral disputou a prefeitura de Belém. Entre os materiais apreendidos estão, documentos e uma quantia alta em dinheiro que não foi divulgado o valor.
O caso envolve investigação sobre a atuação de organização criminosa dedicada à exploração ilegal de minério de manganês no sudeste paraense. Uma prática que vem produzindo fortunas para empresários do sudeste paraense, alguns deles ligados a políticos. Os crimes investigados são de violação de sigilo funcional, corrupção passiva, corrupção ativa e associação criminosa, com penas previstas superiores a 20 anos de reclusão.
O nome da operação é bem sugestivo: Mapinguari. Trata-se de uma criatura lendária (criptídeo) descrito como sendo coberta de um longo pelo vermelho, e vivendo na floresta amazônica do Brasil e Bolívia. A investigação remonta ao ano de 2018 e trata especificamente da violação de sigilo funcional ocorrida durante o desencadeamento da Operação Migrador, trabalho investigativo conduzido à época pela Delegacia de Polícia Federal de Marabá.
Segundo a PF, o vazamento trouxe problemas para investigação, uma vez que parte dos investigados tiveram conhecimento antecipado da ação policial, acarretando a não localização de alguns alvos no dia da deflagração da operação. Seis empresários estão na mira da PF. A operação conta com a participação de 35 policiais federais.