.A Polícia Federal (PF) desencadeou, na manhã desta quinta-feira (30), uma nova operação para desmantelar uma organização criminosa envolvida em desvio de recursos públicos, lavagem de dinheiro e corrupção eleitoral. A ação, batizada de Operação Stall, tem como alvos políticos, empresários e intermediadores suspeitos de integrarem um esquema milionário de compra de votos que teria supostamente beneficiado o prefeito reeleito de Tucuruí, Alexandre Siqueira (MDB).
Siqueira é casado com a deputada federal Andréia Siqueira (MDB), o que adiciona um novo elemento de interesse político às investigações. A deputada não seria alvo da operação.
Com a finalidade de coletar provas e aprofundar a investigação, mandados de busca e apreensão foram cumpridos em diversos endereços estratégicos. Entre os locais vistoriados estão a sede da prefeitura de Tucuruí, residências de membros da administração municipal, escritórios em Belém e em Brasília.
No caso de Belém, ainda não se tem confirmação se o endereço no condomínio CristalVille tem a ver com a operação em Tucuruí ou se envolveria alguma outra investigação.
Durante a operação, a PF apreendeu dinheiro em espécie, documentos, dispositivos eletrônicos e veículos, que podem fornecer novas pistas sobre a amplitude do esquema. As suspeitas contra o grupo começaram em outubro de 2024, quando um policial militar foi preso em flagrante no Aeroporto Internacional de Belém transportando R$ 1.149.300,00 em espécie dentro de uma mala.
Além do montante, o homem portava uma pistola e quatro carregadores municiados, sendo autuado por porte ilegal de arma. Conforme apurações da PF, a quantia apreendida teria como destino a compra de votos nas eleições municipais.
No mesmo episódio, a aeronave utilizada para o transporte do dinheiro foi apreendida. Avaliado em R$ 11 milhões, o jato particular era operado por um piloto e um copiloto, que não foram detidos por falta de indícios de envolvimento direto no esquema criminoso.
Esquema sofisticado de corrupção
A partir da prisão em flagrante, a Polícia Federal aprofundou as investigações. Há suspeitas de que documentos falsificados e empresas fantasmas foram utilizados para justificar os recursos desviados. A operação desta quinta-feira tem como objetivo confirmar essas irregularidades e ampliar a coleta de provas que possam levar à responsabilização dos envolvidos.
A investigação segue em curso, e novas diligências devem ser realizadas para identificar outros integrantes do esquema. Caso sejam comprovadas as irregularidades, os suspeitos poderão responder por organização criminosa, lavagem de dinheiro e corrupção eleitoral, crimes cujas penas somadas podem ultrapassar 20 anos de reclusão.
A deflagração da Operação Stall reforça o combate à corrupção eleitoral e à impunidade, destacando o papel da Polícia Federal na preservação da lisura do processo democrático.