Em um espaço de 48 horas, dois homens foram executados por atiradores desconhecidos no interior do Pará. Um deles havia acabado de deixar a cadeia e estava esperando transporte para voltar para casa. O outro, mototaxista, foi torturado e teve partes do corpo mutiladas pelos assassinos.
Libertado pela justiça criminal da prisão, onde cumpria pena por um crime ainda não informado pelo sistema penitenciário, o ex-presidiário Leandro José Sarmento Pereira não chegou a sentir o gosto da liberdade.
Ele foi assassinado logo depois de sair do complexo penitenciário de Americano, no município de Santa Izabel, na Região Metropolitana de Belém, nordeste paraense, enquanto esperava um transporte para voltar para casa.
Segundo testemunhas, o homem foi executado por um atirador que estava sozinho em uma motocicleta e que possivelmente já o esperava, na Vila de Americano, no final da tarde de quarta-feira (29), por volta de 18 horas, próximo de uma parada de ônibus e vans.
De acordo com informações fornecidas por policiais que atenderam a ocorrência, o homem havia recebido alvará de soltura da justiça e depois que deixou o complexo penitenciário foi alvejado com vários tiros na Rua Ferreira Pena, próximo da Rodovia BR 316, no centro daquela vila.
A Polícia Civil abriu inquérito para tentar esclarecer o crime e vai ouvir parentes da vítima sobre possíveis ameaças de morte ou dívidas dentro da prisão. Também há a possibilidade de vingança.
Mototaxista
Outro homem executado foi o mototaxista conhecido como “Zé Branco”, cujo corpo foi encontrado na manhã de terça-feira (28), em Ipixuna do Pará, na Região do Rio Capim, no nordeste paraense.
Segundo moradores, o corpo apresentava sinais de tortura e estava mutilado, com dedos, mãos, orelhas e lábios cortados. De acordo com conhecidos da vítima, “Zé Branco” tinha sido visto vivo pela última na segunda-feira (27), quando saiu para fazer uma corrida. Como o homem parou de dar notícias sobre seu paradeiro, os colegas de profissão começaram a procurar por ele.
Na manhã de quarta, eles encontraram o corpo dele em uma área de mata, que fica nas imediações da fazenda Campo de Boi. O corpo apresentava sinais de tortura, com dedos, mão, orelha e lábios cortados, assim como dentes quebrados.
A forma brutal como “Zé Branco” foi morto causou revolta nos amigos e colegas de profissão, que cobraram justiça. A Polícia Civil começou as investigações, mas ainda não tem informações sobre o que teria motivado a morte bárbara do rapaz, nem dos autores do crime..