A Polícia Civil tenta identificar os homens que assassinaram com requintes de crueldade mais duas mulher no Pará e estão circulando normalmente pelas ruas. Há suspeitas de que ao menos uma das vítimas também foi estuprada.
Somente nesta semana, foram registrados no interior do estado e na capital três homicídios deste tipo, praticados contra mulheres em um espaço de três dias. Até agora, somente um suspeito foi preso.
A onda de crimes cruéis contra as mulheres, todas jovens, começou em Altamira, passou por Belém e se estendeu por Santarém.
A última vítima foi Jaene Chaves Moraes, de 26 anos, grávida de quatro meses, cujo corpo foi encontrado em um terreno baldio, na Rua Brasil Novo, no Bairro Ipanema, em Santarém, na Região do Baixo Amazonas, oeste paraense.
Segundo a Polícia Científica, o cadáver estava em estado avançado de decomposição e apresentava sinais de violência sexual e de estrangulamento. No momento do achado, a mulher estava sem documentos.
A vítima tinha duas tatuagens grandes, uma fênix colorida nas costas e um coração com uma faca cravada na perna direita, fato que ajudou a polícia a chegar até os familiares e identificá-la na quinta-feira (15), um dia após o encontro do corpo.
O caso está sendo investigado pela Delegacia Especializada em Homicídios, que ainda não tem pistas de nenhum suspeito. De acordo com moradores das imediações da cena do crime, o terreno onde a mulher foi assassinada fica em frente a uma escola, mas ninguém suspeitou de que houvesse um cadáver no local, até que o mau cheiro levou populares até lá.
Na segunda-feira (12), dia dos namorados, outro corpo de mulher havia sido encontrado, este, em Altamira, na Região do Xingu, sudoeste do Pará. O cadáver estava jogado em uma área de mata, próximo de uma serraria desativada, entre os bairros Mutirão e Liberdade.
De acordo com a Polícia Científica, a vítima foi identificada como Ana Karla Queiroz Lima, tinha 22 anos e era conhecida como “Lourinha”.
A jovem foi assassinada com um profundo golpe de faca no pescoço e abandonada no local, onde foi encontrada por um morador por volta do meio-dia. A perícia vai esclarecer se ela sofreu estupro ou não.
A Polícia Civil começou a investigar o caso, mas ainda não tem suspeitos, muito menos sabe a motivação do crime. Conforme os policiais, a área onde estava o corpo é de difícil acesso com pouca circulação de pessoas.
Também no dia dos namorados, já de noite, em Belém, outro crime cruel contra uma mulher foi registrado, neste caso, dentro do quarto 01, do motel Mimus, na passagem Quarubas, 263, no bairro da Pedreira.
Neste caso, o assassino, Samuel Ferreira da Silva, de 35 anos, foi preso, porque a vítima, Rayana Rocha Thomas, de 25, gritou por socorro e ele usou a faca utilizada no crime para tentar ou simular suicídio – o que só a perícia vai esclarecer. A mulher foi atingida por 22 facadas.
O crime teve grande repercussão na capital e no estado, devido ao dia simbólico em que ocorreu, ao local e ao número de facadas que a vítima recebeu. A mulher era mãe de dois filhos, tinha um companheiro fixo e trabalhava como cambista de uma banca de apostas..
A Polícia Civil agora tenta esclarecer em que circunstâncias o crime ocorreu, pois ela, mesmo sendo casada, entrou no motel normalmente com o assassino para uma provável noite de prazer.
Ela, porém, não sabia que ele levava escondida na mochila uma faca, que foi recolhida pela Polícia Científica manchada de sangue. Após quase uma hora dentro do quarto, a mulher começou a gritar por socorro. Vizinhos chamaram a polícia, mas quando uma viatura da PM chegou já era tarde.
Em entrevista a uma emissora de televisão de Belém, o marido da vítima disse que ainda chegou a trocar mensagens por aplicativo com a mulher antes dela ser assassinada.
Ele lembrou que conhecia o criminoso de vista, que trabalhava como mototaxista, e que recebeu mensagens dele, tentando tumultuar a vida conjugal do casal.
Uma das suposições para a crueldade empregada no crime, levantada pelo marido da vítima, é de que o amante teve um ataque de fúria ao tomar o celular da mulher e ver que ela estava trocando mensagens com o companheiro.