Não tem moleza nesta reta final da fase classificatória da Série C 2022. Qualquer descuido pode ser fatal. Os jogadores do Paysandu sabem disso e sua torcida, mais ainda. Houve sofrimento, mais transpiração do que inspiração e, nesta noite de sábado, 9, o Papão saiu de campo com mais três pontos, vencendo o Confiança (PB) por 1 a 0, numa Curuzu mais uma vez lotada.
O time não jogou bem, perdeu José Aldo nos cinco minutos finais, expulso de campo, e viu o goleiro Thiago Coelho, aos 49, salvar um gol do adversário que parecia certo. O castigo não veio e o sorriso da galera se abriu, sob cantos e aplausos. O Paysandu agora soma 26 pontos e está empatado na liderança da competição, com o Mirassol (SP), o primeiro no critério de vitórias.
O Confiança começou todo recuado, temendo levar gol e pouco arriscando nos contra-ataques. Apostava em falha do dono da casa para se dar bem, mas foi cauteloso até quando poderia criar problemas. Com 20 minutos, o Papão chegou apenas quatro vezes na área do visitante e sem levar maior perigo.
Muito pouco para quem tinha o estádio lotado a seu favor e sob gritos de sua fanática torcida. Nenhum chute na direção do gol. Bem postada, a defesa do Confiança concedeu três escanteios. Aos 25, na jogada mais perigoso, Marcelo Toscano limpou na área e chutou. O goleiro salvou, mandando para escanteio. Na cobrança, a defesa aliviou.
Aos 29, Marlon faz jogada individual pela esquerda, corta dois zagueiros e chuta de fora da área. A bola raspa a trave. Era nítida a falta de boas jogadas no ataque do Paysandu para furar a retranca do time paraibano. Aos 39, nitidamente nervoso por não ter com quem tabelar, o zagueiro Genilson deu uma sapatada bisonha na bola, que saiu pelo alto para fora do estádio.
As peças principais do Papão não funcionaram na primeira etapa. O ala esquerda Patrick Bray, muito mal, errou vários cruzamentos, perdeu bolas fáceis, tomou cartão amarelo e abusou de jogadas violentas. Por pouco não foi expulso. José Aldo, sempre o diferencial no meio, também não apareceu no jogo.
Até Marlon, o artilheiro bicolor na competição, estava lento e dispersivo. Enfim, não adiantou ter cerca de 65 por cento de bola dominada, se o time não teve disposição para balançar as redes e pouco criou para alcançar esse objetivo. A galera esperava um outro Papão nos 45 minutos restantes.
Robinho decide
Era preciso mexer no time e ganhar mais força no ataque se quisesse sair com a vitória. O treinador Márcio Fernandes tirou Toscano e Mikael – este com um cartão amarelio – e pôs Danrley e Robinho. Assim começou o segundo tempo. O bicolor foi com tudo ao ataque.
Com 1minuto de jogo, Patrick Brey avançou pela esquerda e cruzou rasteiro para a pequena área. Robinho apareceu entre os zagueiros adversários e tocou para as redes, sob o delírio da Fiel: Papão, 1 a 0. O gol parece ter tirado um peso das costas dos jogadores. O Confiança, porém, não estava morto, decidiu sair de trás e atacar.
Bruno Camilo pegou sobra na entrada da área bicolor e chutou por cima da trave, aos 8. Aos 10, falta perigosa para o Confiança. Bruno Camilo desta vez cobrou bem e a bola bateu na trave, com o goleiro Thiago Coelho batido no lance.
Aos 12, Robinho, que estava com todo o gás e ousadia fez boa jogada e recuou para Danrlei, que tocou para o gol. A bola resvalou na zaga e saiu pela linha de fundo. Outro escanteio, aos 13, Marlon mandou bomba para fora. Robinho, por mais três vezes, infernizou a zaga do Confiança, mas não tinha ninguém para jogar perto dele.
O jogo ganhou ares de dramaticidade, porque o Paysandu queria garantir o resultado e o Confiança estava na base do “perdido por 1, perdido por 10!”. Os minutos foram passando, mas sem grandes lances de perigo. Na frente, o Papão só funcionava com Robinho. Aos 45, José Aldo, numa falta boba no meio de campo, tomou o segundo cartão e foi expulso. Papão, com 10, recuou. E tomou sufoco.
O goleiro Thiago Coelho evitou o que seria o gol de empate, aos 49, tirando com a ponta dos dedos uma cabeçada em direção às redes, no canto direito. Saiu de campo aplaudido, porque garantiu os três pontos sofridos, mas merecidos, apesar de o time não ter feito boa partida. É o que vale.
Melhores momentos e o gol do Papão: