Josué Costa – jornalista e advogado
A preocupação do Santo Padre com a infestação de homossexuais nos seminários deve aumentar a fileira, dentro do próprio clero, infelizmente, daqueles que o odeiam e tentam feri-lo com acusações desrespeitosas e heréticas. De acordo com Sua Santidade, têm ” bichas” aos montes querendo ser padre.
Importante salientar que o Papa Francisco é, incontestavelmente, o Pontífice que mais acolheu, aberta e carinhosamente, homossexuais na história da Igreja. Isso basta para acreditarmos que sua apreciação é sincera e cognitiva, destituída de crítica sentimentalista ou repentina, como dizem. O Papa não é homofóbico, como querem fazer pensar, por vingança, seus opositores.
Seminário não é hotel de gays, de homossexuais que querem se aproveitar dos benefícios e facilidades que oferece a formação presbiteral. E ainda, no final das contas, a encenação é premiada com a ordenação que confere o status de padre. Tudo fica consumado. Talvez seja o caminho mais fácil pra os imorais que sustentam seus vícios à custa da Igreja. Se pudesse ser mais contundente, o Papa Francisco diria o que estou escrevendo. Aqui preservo, com a devida reverência e respeito, as vocações sinceras, dom de Deus, que sustentam a Santa Madre Igreja, fazendo-na seguir triunfante, atravessando tempo e espaço.
O clero paraense está em pleno debate da questão. Já foi, inclusive, nessa perspectiva, matéria de denúncia no programa Fantástico, da Rede Globo. O imbloglio terminou em pizza. Pior para os denunciadores. A corda sempre arrebenta do lado dos mais fracos. Um deles, inclusive, padre George Jenner, mostrando-se irritado, recusou do arcebispo dom Alberto Taveira qualquer indicação de paróquia.
Decepcionado com a apuração dos fatos denunciados e com o arquivamento do processo sem julgamento do mérito, o padre pediu ano sabático, uma espécie de licença das funções sacerdotais, sem pressa de definir seu futuro. Hoje dedica-se ao curso de Direito e garante que perdeu apenas uma batalha, mas não a guerra.
A verdade é que a vida segue normalmente nos seminários. A ordem dos superiores foi enfrentar com indiferença a acusação do chefe da Igreja. Preço alto. Acontece que muitas vezes precisamos fingir que não ouvimos nem vemos certas coisas. Só assim conseguimos caminhar sem separatismos. E, ademais, o outro lado da corda tem nada mais nada menos do que o Papa como adversário. Peso pesado. É nocaute certo.
E assim reina a paz, aquela entendida apenas como ausência de guerra. Toleramo-nos. Até quando, só Deus sabe.
Nova declaração papal
A propósito, no dia 12, anteontem, o papa Francisco voltou a usar a palavra “Viadagem” para criticar a continuidade dessas práticas dentro de seminários. Veja a matéria distribuída por vários portais, como Folha de São Paulo, G1 e Poder 360:
” papa voltou a usar o termo homofóbico viadagem (frociaggine, no original em italiano) semanas depois de ter sido obrigado a se desculpar por ter dito a palavra em uma reunião a portas fechadas com bispos italianos, relatou nesta terça-feira (11) a agência de notícias italiana Ansa.
Enquanto conversava com padres de Roma, o pontífice disse na terça que “existe um ar de viadagem no Vaticano”, e repetiu que homens com “tendências homossexuais” não deveriam ter permissão de entrar para o seminário e se tornarem sacerdotes.
Em resposta, o Vaticano disse em nota que o papa reforçou a necessidade que pessoas LGBTQIA+ sejam acolhidas pela Igreja Católica ao mesmo tempo em que é preciso cautela para que elas não virem seminaristas.
No último dia 27, os principais jornais da Itália revelaram que o papa Francisco disse em uma reunião em 20 de maio que os seminários já estão “cheios de viadagem”, e que homens gays não podem ter permissão para se tornar padres.
Os bispos presentes no encontro que foram ouvidos pelo jornal Corriere della Sera disseram que, na época, estava claro que o pontífice “não tinha consciência” do quão ofensiva a palavra é em italiano, que não é a língua materna de Francisco. Disseram ainda que “a gafe do papa foi evidente” aos presentes.
Desde que foi eleito papa pelo colégio cardinalício em 2013, Francisco, 87, orientou a Igreja a uma postura mais acolhedora com fiéis LGBTQIA+.
A medida mais significativa veio em dezembro do ano passado, quando o pontífice e autorizou a bênção a casais do mesmo sexo e àqueles considerados “em situação irregular”, termo usado para se referir aos que estão em sua segunda união após um divórcio. Francisco, entretanto, manteve o veto ao casamento homoafetivo.
Amigos do pontífice e observadores do Vaticano insistem que o escândalo do termo homofóbico, possivelmente o maior desastre de relações públicas de seu papado de 11 anos, não deve obscurecer seu histórico como um papa reformador e amigável à comunidade LGBT.
No entanto, alguns dizem que a gafe se encaixa em um padrão de equívocos papais que minam sua autoridade e levantam questões sobre suas convicções e o caminho de reforma que ele tem em mente para a igreja. “