Uma mulher que se passava por empresária do setor financeiro, acusada de dar um golpe de mais de 10 milhões de reais, foi presa pela Polícia Civil do Pará, na manhã desta quarta-feira (28), no Distrito Federal. Conhecida como Otaciane, ela é considerada umas das maiores estelionatárias do Estado.
A prisão ocorreu durante a operação “Litania”, que foi deflagrada para dar cumprimento a mandados de prisão temporária e de busca e apreensão contra ela e outros sócios, que utilizavam uma empresa de fachada como instituição financeira para aplicar golpes.
Nas buscas foram apreendidos aparelhos celulares, documentos e dispositivos de armazenamento. Todo o material será periciado e passará a compor o inquérito instaurado pela Polícia Civil. A ação foi coordenada pela Diretoria Estadual de Combate à Corrupção e a Diretoria de Polícia do Interior e ocorreu de forma simultânea nas cidades de Belém, Benevides, Altamira, Porto de Moz e Brasília.
As buscas começaram por volta de 6 horas da manhã nas residências dos investigados, bem como em empresas possivelmente ligadas aos suspeitos. “Na ação, obtivemos êxito na localização e prisão da falsa empresária que estava no Distrito Federal. Ela é investigada por ter desviado mais de 10 milhões de reais de clientes em Belém, Altamira, Porto de Moz e no Estado de São Paulo. Identificamos que ela promoveu a compra e venda de vários imóveis de empresários da capital. Além disso, também cometeu o crime de estelionato e falsificação de documento público”, informou o diretor da Decor, delegado Almir Alves.
No decorrer das investigações, a polícia constatou que todo o valor movimentado no esquema fraudulento foi destinado para as contas da estelionatária por meio de falsos credores. Segundo a Polícia Civil, as investigações também apontaram que o crime foi baseado na promessa de uma herança bilionária, em que a suspeita afirmava ter recebido uma indenização no valor de R$ 42 bilhões, sem revelar o número do processo, sua natureza ou sequer a suposta sentença, alegando que tramitava em segredo na Justiça Federal, e assim aplicava o golpe.
A indiciada é investigada pelos crimes de fraudes contra a economia popular, estelionato, falsidade ideológica, lavagem de dinheiro e associação criminosa. Conforme a Polícia Civil, com a informação falsa de que havia ganho um processo judicial bilionário, utilizando comprovantes de contas falsas, apresentando inclusive cheques sem provimentos de fundos, ela convencia as vítimas a investirem na empresa de fachada dela, prometendo ganhos altos, acima dos lucros oferecidos pelo mercado financeiro.
“Com a prisão da investigada, vamos dar continuidade na investigação para desarticular todo o esquema criminoso”, ressaltou o delegado-geral, Walter Resende, que adiantou que a polícia vai pedir o bloqueio das contas dos criminosos a fim de tentar recuperar o dinheiro das vítimas.