Protestos de donos de barcos, contra a apreensão de madeira pela prefeitura de Muaná, no Marajó, estão ocorrendo desde a manhã de hoje, 7, naquela cidade, inclusive com a intervenção de homens da Polícia Militar, que supostamente a pedido do secretário de Meio Ambiente do município, Luiz Antônio, o “Toninho”, teriam recolhido faixas e cartazes contra o prefeito Biri Magalhães (PSC), chamado de “ditador”.
O clima é tenso na cidade, temperado pela visita nesta manhã do governador Helder Barbalho. Os barqueiros, provenientes dos municípios de Igarapé-Miri e Abaetetuba, alegam que a manifestação é pacífica e cobram da prefeitura a devolução da madeira apreendida. A prefeitura, porém, argumenta que a apreensão ocorreu porque a madeira não tem documentação, sendo ilegal.
Vídeos do protesto e a manifestação da prefeitura foram enviados ao Ver-o-Fato. O prefeito diz que, por estar agindo de acordo com a lei, estaria sofrendo ameaças, até mesmo de morte. Os servidores da Secretaria Municipal de Meio Ambiente (Semma) também estariam jurados de espancamento e morte.
“Nós dependemos do transporte de madeira para sustentar nossas famílias e não há nada de ilegal”, sustenta um dos barqueiros, acusando a prefeitura de Muaná de “roubar a madeira” dos barcos e distribuí-la para moradores da cidade, praticando “ação criminosa” de carater político. Além disso, a apreensão estaria provocando “graves prejuízos” às pequenas empresas da região.
Segundo nota da prefeitura, a Semma faz um trabalho dentro das normas federais, estaduais e municípais, fiscalizando a passagem de barcos pelo território de Muaná para “combater o transporte ilegal de produtos florestais”. Enquanto isso, o prefeito registrou queixa na polícia.
Uma das ameaças foi deixada em inscrição no pátio da Semma onde se encontra a madeira apreendida. “Fizeram várias ameaças até à minha pessoa, ao vice-prefeito, ao chefe de gabinete, ao próprio secretário de Meio Ambiente. Alguns donos de embarcação de Abaetetuba e Igarapé-Miri estiveram em Muaná, ameaçando também fazer bloqueio e não deixar nossas embarcações passarem”, resumiu Biri.
“Passe livre”
Dentre as reivindicações dos barqueiros, eles querem uma espécie de “passe livre” pelos rios de Muaná sem ser parados pela fiscalização da Semma. Afirmam que estão trabalhando e mesmo assim sendo “roubados” pela prefeitura. E ameaçam que se não tiverem apoio de outros barqueiros de municípios vizinhos e de Muaná vão fechar as entradas fluviais e impedir que barqueiros de Muaná naveguem pela região.
“A gente não queria chegar a este ponto, mas, infelizmente, da forma que estão tratando a gente a gente vai tratar os outros. Se fizerem a gente trabalhar em paz, vamos deixar todo mundo trabalhar em paz porque são pais de famílias que estão aqui dispostos a ganhar o sustento dos seus filhos”, afirmam os barqueiros. (Do Ver-o-Fato, com informações do Portal do Marajó)
Veja a manifestação dos barqueiros: