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uma das principais inimigas dos camponeses na região, os expulsando
de suas terras para expansão de seu projeto minerador”. Dois mil sem terra participam da interdição. A ocupação da ferrovia faz
parte da “Jornada Nacional de Lutas por Reforma Agrária”promovida
pelo movimento em todo o país.
“Além disso, a empresa
subtraiu dos cofres públicos do Pará mais de R$ 25 bilhões, num
estado onde habitam oito milhões de habitantes e mais de dois
milhões vivem abaixo da linha da pobreza”, acusa o movimento, citando que a economista do
Inesc, Alessandra Cardoso, aponta que, os dados por empresas, mostram as
escandalosas cifras do monopólio da Vale no controle de
incentivos.
pela Superintendência de Desenvolvimento na Amazonia (Sudam) são
apropriados pela Vale em vários projetos na exploração de ferro e
cobre, diz ainda o MST.
Para Rafela Dias, da
direção do MST no Pará, a mineradora representa o que mais de
atrasado e colonizador existe na região amazônica. “Enquanto
isso, a politica econômica do governo se pauta pelos cortes nas
áreas sociais e a inoperância em relação a reforma agrária com
todas as regalias dada a Vale que só rouba o povo paraense”.
todos os créditos possibilitados para continuar o saque mineral no
Pará – avalia o MST -, a reforma agrária segue paralisada na região. E cita números da Comissão
Pastoral da Terra (CPT) de Marabá, apontando a existência de 13 mil famílias
acampadas na região em aproximadamente 120 fazendas ocupadas somente
no sul e sudeste do Pará.
As famílias ficam em
média dez anos debaixo da lona preta sem atenção devida do Incra e
vulneráveis à violência dos latifundiários. “A demora do Incra e
da Justiça Federal em concluir processos tem sido a causa,
inclusive, dos últimos assassinatos no Pará e o não andamento da
reforma agrária no Estado”, denuncia o advogado da CPT, José Batista
Afonso.
O número de famílias
assentadas nos últimos dois anos no Pará foram de apenas 711
famílias, divididas em seis assentamentos. O que não representaria
nem 10% da demanda da região. Portanto, a média de
355 famílias assentadas anualmente seria irrisória.
considerarmos apenas as ocupações existentes, e não houvesse
nenhuma outra ocupação de terra na região nos próximos anos, o
Incra de Marabá levaria mais 37 anos para assentar as treze mil
famílias que aguardam na fila nas ocupações”, calcula Batista.
Para o advogado da CPT,
a situação indica uma inoperância do Incra para resolução
agrária no Pará. “Isso demonstra a falência do órgão no
processo de desapropriação de terras no sul e sudeste paraense”. Rafaela complementa:
“Não sairemos daqui, de cima desses trilhos e da margem dessa
ferrovia enquanto não formos devidamente atendido pelo governo
federal na distribuição de terras nessa região”.
Veja a íntegra da nota enviada pela Vale ao blog Ver-o-Fato: ” a Vale informa que a
Estrada de Ferro Carajás (EFC) foi invadida na madrugada desta
quarta-feira, 5/8, em trecho do município de Parauapebas (PA), por
integrantes do Movimento dos Trabalhadores Rurais Sem Terra (MST) que
estavam acampados às proximidades da ferrovia desde a última
segunda-feira, 3/8.
trilhos, com isso, impedindo o tráfego de trens, prejudicando as
atividades de transporte de passageiros (que beneficia cerca de 1.300
passageiros por dia nos estados do Pará e Maranhão), de minérios,
carga geral e de combustíveis para a região.
Além do crime de invasão
(esbulho) de propriedade privada e do risco de desastre
ferroviário previstos no Código Penal, os manifestantes incorreram
em desobediência à ordem judicial concedida pela Justiça Estadual
de Parauapebas, que determinou a imediata reintegração do trecho da
Estrada de Ferro Carajás invadido, com imposição de multa diária
de 50 mil reais para cada invasor. A decisão de reintegração
será cumprida pelos Oficiais de Justiça com apoio da Polícia
Militar.
ajuizará ações criminais contra os líderes do Movimento dos
Trabalhadores Sem Terra e todos aqueles que estiverem invadindo a
Estrada de Ferro Carajás, visando a responsabilização pelos crimes
praticados e buscará o reparo dos danos causados pelos manifestantes
durante a obstrução da ferrovia.
com todas as suas obrigações legais, ambientais, tributárias e
esclarece que todos os imóveis com reservas minerais, compensação
ambiental ou para apoio à atividade de mineração não se prestam
às atividades de agricultura e nem para fins de reforma agrária,
inclusive por imposição de lei.
atividades realizadas ao longo de 30 anos no Pará contribuem de
forma decisiva para o desenvolvimento socioeconômico do Estado. Os
municípios onde a empresa opera apresentam crescimento e se
desenvolvem impulsionados pela mineração, atraindo novos
empreendimentos.
(IBRAM), a balança mineral do Pará registou, em 2014, saldo de mais
de US$ 9 bilhões. As exportações de bens minerais representaram
70,6% do total exportado pelo Estado, somente no ano passado. O Pará
contribui com cerca de 37% para o saldo Brasil do setor mineral
e ocupa o 2º lugar em arrecadação da CFEM (Compensação
Financeira pela Exploração de Recursos Minerais).
principais municípios onde a empresa está presente estão entre os
três maiores arrecadadores da CFEM: Parauapebas, Canaã dos Carajás
e Marabá. O Índice Firjan de Desenvolvimento Municipal (IFDM),
equivalente ao IDH (Índice de Desenvolvimento Humano) da ONU, revela
que os municípios mineradores ocupam as dez primeiras colocações
no Pará, comprovando a contribuição da atividade para o
desenvolvimento socioeconômico local”.
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