O empresário Celso Silveira Mello Filho, de 73 anos, morto com a mulher e os três filhos em acidente aéreo, hoje (14), em Piracicaba (SP), quando vinha visitar uma de suas fazendas no Pará, em seu jatinho particular, era milionário, tido como uma pessoa reservada e reclusa, de poucos amigos.
Economista, era um empresário bem sucedido, mas também foi acusado de utilizar trabalho escravo em uma fazenda do Pará pelo então Grupo Móvel do Ministério do Trabalho, em 2010. Ele participou da implantação de projetos na Usina Costa Pinto S/A – Açúcar e Álcool, em São Paulo, cuja operação atualmente é da Raízen. No Pará ele era dono da CSM Agropecuária.
Ultimamente ela não participava mais de tantas atividades do setor sucroalcooleiro, deixando o trabalho para o irmão, Rubens Ometto, fundador e presidente do Conselho de Administração do Grupo Cosan, que controla a Raízen, em conjunto com a multinacional Shell.
De acordo com a imprensa paulista, em 2016, Mello Filho recebeu a principal condecoração a um cidadão de Piracicaba, homenageado com o título de “Piracicabanus Praeclarus”. Entre suas realizações, também está a criação da Faculdade de Ensino Superior da Amazônia, em Redenção, no sul do Pará, que era comandada pela filha Camila, também vítima do acidente.
Nas redes sociais, o governador de São Paulo, João Doria, prestou homenagem a Mello Filho e às outras vítimas da queda do avião. O empresário também já havia sido duas vezes presidente do Esporte Clube XV de Piracicaba, que se pronunciou nas redes sociais.
Trabalho escravo
Uma das fazendas administradas pela CSM, a Tarumã, com 30 mil cabeças de gado, em Santa Maria das Barreiras, na Região Araguaia, sul paraense, foi palco de uma operação do Grupo Móvel do Ministério do Trabalho, em 2010, com apoio do Ministério Público do Trabalho e da Polícia Federal, que resgatou 28 trabalhadores rurais que viviam em situação análoga à escravidão.
A operação constatou que os trabalhadores não tinham acesso a água, luz ou sanitários e dormiam juntos de cavalos e mulas. Os trabalhadores eram submetidos a trabalhos forçados durante todo o dia e nunca recebiam salários porque se endividavam comprando alimentação do próprio patrão.