O tiro que matou o garoto Keyvison de Freitas Lima, de 11 anos, no Bairro do Barreiro, área de zona vermelha, em Belém, pode ter partido da arma de uma mulher que estava na garupa de uma moto, praticando assaltos com um comparsa. A afirmação é de um policial militar, que divulgou um vídeo dizendo que na noite de ontem estava perseguindo um casal suspeito pelas ruas do bairro, quando a garupa da moto atirou contra ele.
O menino havia saído de casa no domingo à noite para passear de bicicleta, na Passagem Caju, esquina com a Passagem Umarizal, quando levou um tiro nas costas e morreu a caminho da Unidade de Pronto Atendimento da Sacramenta. O policial militar, que não foi identificado, detalhou no vídeo que durante a perseguição ao casal de assaltantes, a mulher da garupa atirou duas vezes contra ele, que também estava de moto.
O policial afirmou que tentou revidar a agressão, mas sua arma deu pane e falhou duas vezes. Segundo disse, ele só não foi atingido pelos tiros porque fez ziguezague na pista, mas acabou perdendo os bandidos de vista. O Centro de Perícias Científicas Renato Chaves, porém, é que vai dar a palavra final sobre o local de onde partiu o tiro que matou o garoto.
Os familiares do menino apelaram às autoridades de segurança pública para que olhem com mais atenção para o Barreiro, que está enfrentando um alto índice de violência. Um morador da área foi mais direto e disse que “o governo do estado tem que parar de fazer propaganda ‘fake’ e implantar uma política de segurança pública que atenda toda a população, incluindo principalmente os bairros da periferia, que sempre foram esquecidos pelos políticos”.
O garoto morava na passagem Fé em Deus e participava do projeto social Escolinha do Barreiro, que declarou luto e também atribuiu a morte do menino à violência que domina o bairro.