A prefeita de Marituba, Patrícia Mendes (Republicanos), invadiu a Umari FM, que é uma rádio comunitária que faz críticas à gestão dela. A prefeita estava acompanhada de um assessor. A dupla partiu para cima do radialista Jorge Paulino com críticas e coagindo-o a colocar a prefeita ao vivo para um “direito de resposta” inusitado, à moda da gestora, ou seja, na marra. O caso foi parar na polícia.
A cena real da invasão, filmada inclusive pela própria prefeita, lembrou muito a novela “O Bem Amado”, onde o folclórico prefeito Odorico Paraguaçu, vivido pelo ator global Paulo Gracindo, trata opositores de seu governo de jeito muito peculiar, não muito diferente do que ocorre em algumas cidades do interior do país. Odorico tinha um assessor temido em Sucupira; Zeca Diabo, que era representado por Lima Duarte..
Enquanto invadia os estúdios da emissora, Patrícia gravava um vídeo e pedia que um assessor fizesse o mesmo. O assessor, mais exaltado, chegou a ofender o radialista com xingamentos e palavrões. A prefeita, já dentro do estúdio, tem ao lado o assessor, que está sem camisa.
Ela acusa a rádio de ser financiada pela oposição e diz que a emissora recebe dinheiro para atacá-la. Em um programa neste começo de tarde, a crítica era sobre a situação de duas ruas da cidade, que de acordo com a narrativa estariam em péssimo estado. Segundo a prefeita, ela sofre criticas diárias e não tem mais paz, juntamente com seus familiares.
O radialista Jorge Paulino, após o episódio, afirmou: “eu sofri ameaças, constrangimento, fui coagido pela prefeita e um dos seus assessores, Naldo Barros ( que aparece sem camisa), me ameaçou de morte, dizendo que me daria um tiro na cara”. Paulino procurou a seccional de polícia de Marituba para registrar um Boletim de Ocorrência contra a chefe do executivo e seus assessores.
O presidente da rádio, Roberto Costa, disse que também vai registrar BO nesta segunda-feira, além de procurar a Polícia Federal para relatar o ocorrido. “Uma violência à liberdade de expressão, ao direito de informação, além de intimidação e constrangimento”, disse ele. Costa contou que Naldo Barros já trabalhou na rádio e saiu porque teria tentado agredir a diretora da rádio, Silvânia Cabral.
” Não seria necessário a prefeita quebrar cadeado da rádio para restar caracterizada a invasão mediante constrangimento que ocorreu. Se quisesse exercer seu direito de resposta, o que um direito constitucional , bastaria ela marcar que seria bem recebida pela equipe da Umari , conforme vem sendo convidada e nunca fez”, concluiu Costa.
Veja a cena da invasão: