Não vi nenhum jogo ao vivo do “El Pibe Oro”. Tudo que sei sobre ele advém dos vídeos e histórias de quem foi fã de futebol na década de 80. Só tive interesse de saber quem ele foi para o futebol quando fui apresentado à pergunta da crônica esportiva, que quer saber se fora melhor que o Pelé.
Bastou ver o primeiro documentário para entender um pouco de tanto entusiasmo, nostalgia e endeusamento: era um craque incrível.
Vi o vídeo do jogo inteiro entre Argentina x Inglaterra, pelas quartas de finais da Copa do Mundo de 1986, pois li que foi um jogo memorável pelo que aconteceu em campo e pela disputa política dos países pelas ilhas Malvinas. Não vivi os anos 80 mas admiro quem conta histórias desse período, fica um sentimento de nostalgia do que nem vivi. O jogo certamente é um desses momentos. Maradona parecia mordido, mostrando raça e técnica em harmonia. Parecia que jogava com o coração e inspirava aquele time aparentemente morno da Argentina.
Quando ele faz o gol com aquele leve toque de mão, a narrativa da crônica certamente o levaria ao inferno das críticas. Apesar de ser ilegal, parece tão genial que a gente, intimamente, passa um pano para a trapaça. O comentarista da TV, analisando o replay, percebe a mão saliente.
Mas eis que vem o gol antológico em que Maradona corta quase todo o time, desde o meio de campo, passa pelo goleiro e vai para os braços da história do futebol. Nesse momento é unânime e fatal o seu apogeu. Vai ao céu por mostrar que é gênio, sendo a trapaça apenas um de seus truques.
Tive a oportunidade de visitar Buenos Aires e sentir de perto o que ele representa para os hermanos. Nós brasileiros somos muito apaixonados pelo futebol, mas o argentino parece transformar o esporte em crença, misticismo e poder. É poderoso como se referem ao craque que nos deixou.
Acredito que a morte de Maradona represente uma grande perda para o imaginário futebolístico mundial. Grande personagem!
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