Durante o velório de mãe e filha, assassinadas em 29 de novembro do ano passado, em uma chácara na zona rural de Marabá, na Região Carajás, sudeste paraense, um homem representou o papel de viúvo e pai em sofrimento pelas duas terríveis perdas. Ele chorou e pediu justiça.
Mas agora ele foi preso como o mandante dos dois assassinatos e está à disposição da justiça. O homem acusado é Manoel Messias Moura, o “Manelão”, e as vítimas são a ex-mulher dele, Vanuza da Silva Barbosa, ex-secretária de Turismo de Marabá, e a filha, Jacsiane Barbosa de Moura, acadêmica do curso de direito.
Manelão foi preso, na manhã de ontem (25), em Teresina, pela Polícia Civil do Pará, que cumpriu mandados de prisão e prendeu outras pessoas por envolvimento nos crimes e por posse ilegal de armas de fogo. As prisões ocorreram nas cidades de Marabá, Mãe do Rio, Santa Isabel do Pará e Castanhal, no estado do Pará, e em Teresina e Picos, no Piauí.
As vítimas foram mortas por disparos de arma de fogo quando estavam sozinhas com mais duas crianças, na chácara Vila Rica, de propriedade da família, localizada no Núcleo Morada Nova, na Vicinal Medalhão, naquele município. Seis pessoas foram presas, sendo três por cumprimento de mandados de prisão e outros três em flagrante. Foram apreendidos os aparelhos telefônicos dos acusados e quatro armas de fogo, uma possivelmente era a arma do crime.
De acordo com a polícia, a investigação continua devido à perseguição de alvos que não foram encontrados em suas residências. Dissimulado, frio e calculista Durante seu interrogatório, na época do crime, Manelão disse que ainda estava casado com Vanuza Barbosa, mas a polícia descobriu por outros depoimentos que ela já tinha se separado dele e essa separação seria uma das motivações do duplo homicídio.
Para o delegado Toni Rinaldo Rodrigues de Vargas, responsável pela investigação, foi a combinação de ciúme, ganância e sentimento de posse, que culminou no crime.
O que revoltou a população da cidade foi a dissimulação do mandante. Manelão estava viajando no dia do crime, mas voltou a Marabá logo depois para participar do velório e do cortejo fúnebre, fingindo sofrimento, demonstrando frieza e calculismo.
Outros dois presos na operação são apontados como o autor do assassinato e um facilitador para que o pistoleiro chegasse até o sítio onde as vítimas estavam, matasse as duas e conseguisse fugir.
Além desses três presos envolvidos diretamente no duplo assassinato, outras três pessoas também foram presas, mas porque estavam armadas nos locais onde a polícia deu cumprimento aos mandados, sendo autuadas em flagrante por posse ilegal de arma.