Um estabelecimento comercial no bairro do Bengui, em Belém, foi alvo de um incêndio perpetrado por uma facção na madrugada desta sexta-feira (23). Por volta das duas da manhã, os bombeiros foram acionados para conter as chamas em uma loja de móveis localizada na Rua Betânia.
De acordo com relatos dos moradores da região, há suspeitas de que o proprietário da loja não teria efetuado o pagamento de uma suposta propina solicitada pela facção criminosa. Em um ato de vingança contra o empresário, os suspeitos arrombaram o estabelecimento e atearam fogo.
Os moradores perceberam a ação criminosa e tentaram extinguir o fogo com baldes de água. Contudo, somente com a chegada das equipes de bombeiros o incêndio foi controlado. Após a contenção das chamas, foram tomadas medidas para resfriar o local e prevenir novos focos de incêndio.
Veja imagens do local do incêndio:
A investigação da Polícia Civil conta com o auxílio das câmeras de segurança instaladas no local. Elas devem ajudar a identificar os responsáveis pelo ataque incendiário à loja.
Entenda a atuação de facções criminosas em Belém
Dados do Anuário Brasileiro de Segurança Pública mostram que, no estado do Pará, existem sete facções criminosas em atividade: PCC (Primeiro Comando da Capital), o CV (Comando Vermelho), Comando Classe A, Bonde dos 30, União do Norte, Equipe Rex e Equipe Real. Cada uma dessas facções desempenha um papel específico no cenário criminal, gerando desdobramentos que vão desde o tráfico de drogas até conflitos violentos.
De acordo com o Anuário, o PCC é considerado a maior facção do país, caracterizando-se por sua atuação transnacional. Além de envolver-se na aquisição de maconha e cocaína de países produtores, a PCC exporta também grandes quantidades de drogas para a Europa, África e Ásia, utilizando navios de carga que atracam na costa brasileira. Por sua vez, o Comando Vermelho, a facção mais antiga do Brasil, ocupa a posição de segunda maior do país.
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Comerciantes de vários bairros denunciam sofrer coação de integrantes do Comando Vermelho para pagamento de propinas. Entretanto, por medo, alguns evitam comentar o assunto. Em Icoaraci, por exemplo, comerciantes relataram ao VER-O-FATO que têm recebido ligações anônimas de pessoas se apresentando como integrantes do CV. Essas pessoas estariam pedindo aos comerciantes uma mensalidade a fim de garantir a “proteção” de seus estabelecimentos comerciais.
O VER-0-FATO pediu informações à Polícia Civil e questionou se o órgão tem conhecimento desta situação, e aguarda resposta.
Segundo especialistas, enfrentar a presença dessas facções exige uma abordagem integrada por parte das autoridades de segurança, envolvendo investigações eficientes, inteligência policial, ações preventivas e políticas sociais que buscam endereçar as causas subjacentes ao surgimento e fortalecimento dessas organizações criminosas.