Na noite de sábado para domingo (13 para 14 de abril, horário local), o Irã lançou um ataque sem precedentes contra Israel, disparando mais de 300 drones e mísseis em retaliação a um bombardeio israelense contra um consulado iraniano na Síria, ocorrido em 1º de abril. Este ataque é visto como uma resposta direta à ação israelense anterior.
O ataque começou com o lançamento de dezenas de drones do território iraniano, com o objetivo de atingir Israel. Esses drones demoraram horas para alcançar o alvo, sendo interceptados por aeronaves israelenses, americanas, britânicas e jordanianas no caminho. A primeira explosão e os sinais de alerta foram ouvidos em Israel por volta das 20h, no horário de Brasília.
As Forças de Defesa de Israel (FDI) responderam rapidamente, mobilizando seus caças para derrubar os drones inimigos. O sistema de defesa “Domo de Ferro” foi acionado para interceptar artefatos ainda no ar, explodindo-os antes que pudessem causar danos significativos. Os militares israelenses afirmaram que quase todos os drones lançados pelo Irã foram derrubados por suas aeronaves.
Além disso, o apoio de países aliados como Estados Unidos, Reino Unido e Jordânia foi fundamental na defesa de Israel, contribuindo para a neutralização de boa parte dos ataques inimigos antes que chegassem próximos do território israelense.
Daniel Hagari, porta-voz das FDI, enfatizou a gravidade das ações do Irã, alertando que elas representam uma escalada preocupante na região. Hagari destacou que, além do Irã, projéteis também foram lançados do Iêmen e do Iraque, indicando uma coalizão mais ampla por trás do ataque, contando com a participação de de insurgentes treinados e financiados pelos próprios iranianos nesses nesses países.
“O Irã lançou mais de 300 ameaças, e 99% foram interceptadas”, disse o contra-almirante Daniel Hagari, porta-voz militar israelense. “Isso é um sucesso.”
Reações internacionais não demoraram a chegar. O presidente dos Estados Unidos, Joe Biden, condenou o ataque iraniano como “descarado” e convocou uma reunião de emergência com os líderes do G7 para coordenar uma resposta diplomática unida à situação. A Itália, que preside atualmente o G7, agendou uma reunião virtual com os demais membros do grupo para discutir o ataque.
O embaixador israelense nas Nações Unidas também condenou veementemente o ataque e convocou uma reunião de emergência do Conselho de Segurança da ONU para tratar do assunto. A tensão regional aumentou significativamente, com líderes mundiais buscando uma solução diplomática para evitar uma escalada maior no Oriente Médio.
O Irã alertou para que nenhum outra nação se envolva no conflito, pois essa é uma questão entre a Nação Islâmica e os Israelenses. E foram mais além, ao ameaçar atacar qualquer país que permita um contra-ataque israelense através de seus territórios. Isso foi uma ameaça direta aos EUA, que tem bases em diversos países aliados na região.
Apesar da gravidade dos eventos, especialistas sugerem que o ataque iraniano foi “performático” e “telegrafado”. A interceptação bem-sucedida de mais de 99% dos artefatos lançados pelo Irã indica que o país pode ter usado esse ataque para sinalizar suas capacidades e os limites de atuação que as forças israelenses devem observar, como no caso do bombardeio ao consulado iraniano na Síria. No entanto, sem realmente buscar um confronto direto com Israel, dado que a capacidade militar de Israel e seus aliados é muito superior. Um contra-ataque israelense com a mesma quantidade de artefatos bélicos (cerca de 300) causaria um estrago muito maior ao Irã, que não possui uma defesa aérea comparável.
Segundo os mesmos especialistas, o ataque iraniano, foi mais para dar uma resposta ao seu público interno, que exigia uma resposta militar ao ataque sofrido no consulado deles na Síria. Inclusive, a demora dessa resposta militar já estava virando piada e motivo de chacota da população contra os governantes e militares do país.
A situação permanece tensa, com líderes mundiais trabalhando para reduzir a tensão e prevenir novos confrontos que possam ter consequências imprevisíveis para a segurança regional e global. A prioridade agora é evitar uma escalada que possa desestabilizar ainda mais uma região já marcada por conflitos e instabilidade. Mas tudo vai depender se Israel vai responder com um contra-ataque de mesma envergadura, pois o governo de Benjamin Netanyahu está sofrendo a mesma pressão de seu público interno e, também, exigem uma resposta a altura contra o Irã.