Não há dúvida: o Paysandu mereceu conquistar seu 50º título, mostrando seu domínio no campeonato paraense, agora com a vantagem de três campeonatos sobre o maior rival. Na partida de hoje, 14, o time abriu o placar, sofreu o empate e administrou o resultado, uma vez que podia perder até por um gol de diferença. Mas a torcida queria uma conquista sem derrota e assim ocorreu. A Fiel foi à loucura. E como já era esperado, vai ter Doca.
Na verdade, o RE x PA da decisão começou na sexta-feira, 12, com uma guerra fora do gramado, no “tapetão” dos tribunais da Federação Paraense de Futebol (FPF), onde o Leão acabou derrotado. Primeiro, o Tribunal de Justiça Desportiva do Pará (TJD-PA) aceitou o pedido do Remo para não homologação do resultado da partida de ida da final do campeonato, que teve a vitória do Paysandu por 2 a 0.
O Remo alegou que houve interferência do árbitro de vídeo (VAR) junto ao árbitro central, Braulio da Silva Machado. No dia seguinte, ontem, sábado (13): O STJD atende a um recurso do Paysandu, que solicitou a cassação da decisão liminar do presidente do TJD-PA, Hamilton Gualberto. Os bicolores argumentaram que faltou “amparo fático-jurídico”, enfatizando que é necessário que seja determinado um campeão no segundo jogo da final estadual.
Dentro de campo, o jogo foi outro, sem armação. A bola rolou com o Leão indo pra cima, desesperado para diminuir a diferença do rival e logo aos 2 minutos a primeira chance clara. Ronald cruzou rasteiro na área, Sillas ficou de frente para o gol, livre, mas chutou fraco e para fora. O Leão perdeu uma chance claríssima.
Só dava Leão. Aos 7, Ribamar recebeu boa bola na área, matou no peito, mas chutou por cima do gol. Cartão de visita do atacante que sempre ganha na força física mas perde muitos gols, porque finaliza mal.
De novo Ribamar. Aos 22, Ronald é lançado e o meia remista dá um passe açucarado para o centroavante, de cara para o gol, novamente perder. Surreal a oportunidade perdida.
A tônica do jogo não mudava, o azulino era dono do primeiro tempo, propondo o jogo, tendo a posse de bola. Enquanto o bicolor não conseguia armar suas jogadas e tinha lampejos de bons momentos, com contra-ataques mal executados.
E depois da substituição de Gustavo Morínigo (Italo no lugar de Ribamar) foi a vez do substituto perder gol. Aos 39, de novo Ronaldo foi lançado, ele novamente cruzou certo, dessa vez Italo mandou para fora.
Fim da primeira etapa. Foram 45 minutos de um jogo muito movimentado, com o Remo propondo o jogo, tendo as melhores oportunidades mas pecando nas finalizações. Já o Paysandu, esperou o Remo, tentou jogar no erro do adversário, conseguiu oportunidades no contra-ataque, mas concluiu mal e não teve um bom rendimento.
Emoção no final
O segundo tempo começou do jeito que terminou o primeiro: Com Ronald sendo lançado, com ele cruzando certo, e dessa vez, Sillas perdeu o gol. Isso tudo logo aos 2 minutos. Foi a 12ª finalização remista, sempre sem acertar o fundo das redes.
Até que o aos 9 minutos, o futebol mostrou que quem tem oportunidade e não faz, sempre é penalizado. Edinho é lançado, ganha do zagueiro, entra na área e é derrubado. Pênalti para o bicolor e cartão vermelho para o zagueiro Ícaro.
Na cobrança, ele, o artilheiro do século em Re-Pa, o matador alvi-celeste, Nicolas, chute perfeito, abre o placar e coloca as duas mãos na taça. Papão 1×0.
Mas aos 17, veio a resposta à altura do Leão. Ronald, ele que deu tantos passes perfeitos e viu seus companheiros desperdiçar, foi lançado, e dessa vez não tocou, deu um balaço indefensável para o fundo do gol bicolor. Golaço! 1×1.
Depois disso, se viu o Paysandu, com um jogador a mais, tocando a bola e gastando o tempo, sem agredir seu rival. Já as torcidas: do lado alvi-celeste cantando, e do lado azulino, deixando o estádio.
E com isso o juizão apitou o fim do clássico e o Paysandu se sagrou, de forma invicta, o grande Campeão Paraense de 2024. 50 vezes Paysandu
Escalações:
Remo: Marcelo Rengel, Thalys, Bruno Bispo, Ícaro, Raimar; Jaderson, Pavani, Sillas, Kelvin (Jonilson),;Ronald, Ribamar (Italo). Técnico: Gustavo Morínigo
Paysandu: Matheus Nogueira, Edíson, Wanderson, Carlão,Bryan Borges (Kevyn Lucas); João Vieira (Gabriel Bispo), Val Soares, Robinho (Netinho), Edinho (Vinicius Leite), Jean Dias (Ruan Ribeiro) e Nicolas. Técnico: Hélio dos Anjos.
MELHORES MOMENTOS E GOLS: