Por Fábio Hecico
O Internacional sabe que a missão de tentar levar a disputa do título do Brasileirão até o confronto direto com o Palmeiras, na última rodada, é bastante complicada. Mas quer adiar ao máximo a volta olímpica verde. Nesta quarta-feira, o agora único candidato a desbancar o líder buscou dura virada sobre o Ceará, por 2 a 1, no Beira-Rio, e manteve as mínimas chances de taça. O triunfo valeu vaga direta na Libertadores de 2023.
Restando quatro rodadas, os gaúchos precisam de campanha perfeita e que os comandados de Abel Ferreira não somem mais de dois pontos. Missão ingrata que os gaúchos sabem ser praticamente impossível. Mas virou questão de honra fechar a competição na segunda colocação. Com 64 pontos e agora 13 jogos de invencibilidade, sua melhor sequência nos pontos corridos, a equipe abre três do Flamengo.
No feriado de Finados, dia 2 de novembro, o Inter visita o América-MG, que ainda luta para fechar a competição no G-8 e ir à fase prévia da Libertadores. O Palmeiras hospeda o Fortaleza no mesmo dia e, cumprindo o seu papel, solta o grito de hendecacampeão.
Mano Menezes sabia que só uma vitória manteria as mínimas chances de título e optou por uma escalação bastante ofensiva no Beira-Rio. Edenilson foi o único volante, com De Pena e Alan Patrick na armação para servir o trio ofensivo formado por Wanderson, Pedro Henrique e Braian Romero, que substituiu Alemão de última hora após o centroavante sentir uma indisposição. O quadro viral já havia impedido as escalações de Bustos e Johnny
A bola rolou e o Ceará surpreendeu ao partir para cima. Com menos de um minuto, Vitão travou Cléber no primeiro lance. Mas, aos três minutos, não teve jeito. Pênalti de Igor Gomes em Bruno Pacheco. Após quase dois minutos, Lima bateu e abriu o marcador. Só dava Ceará. Bruno Pacheco perdeu grande chance logo depois.
Os visitantes, sob ameaça do rebaixamento, estavam muito ligado no jogo. Em contrapartida, o Inter nem parecia ainda estar brigando pela taça. Não conseguia segurar a bola e toda hora via os oponentes chegando com perigo.
O Inter demorou a entrar no jogo. Com os nervos no lugar, subiu as linhas e assumiu o comando das ações na segunda metade da etapa, enfim jogando do meio para a frente. Alan Patrick assustou e De Pena parou em bela defesa de João Ricardo. Obrigado a se lançar na busca pelo empate, o time gaúcho corria o risco dos contragolpes. Em um deles, Keiller voou para evitar belo gol de Viña.
Com o passar do tempo e a desvantagem no placar, a torcida colorada começou a perder a paciência. E surgiram as primeiras vaias. Para passes errados e à arbitragem após um possível pênalti em Pedro Henrique. O atacante forçou a jogada e Ramon Abatti Abel acertou em mandar o lance seguir. Mas Mano Menezes não entendeu assim e protestou muito e acabou advertido.
Depois de uma etapa abaixo do esperado para um candidato a título, o Inter precisava voltar do vestiário com nova postura e mais gana para tentar mudar o rumo da partida. Mano tinha 15 minutos para ajustar o time, enquanto o Ceará estava tranquilo na partida. O técnico optou por sacrificar o autor do pênalti e lançar Weverton pela primeira vez no time profissional.
A chuva deu o ar da graça para dificultar ainda mais as ações da equipe. Bem postado na defesa, o Ceará queria manter a sina de não ceder viradas no Brasileirão. Manteve a vantagem até os 18 minutos. Logo após novo milagre de João Ricardo, um cruzamento rasteiro de De Pena caiu para Edenilson, livre, empatar.
O Ceará abdicou do ataque e não resistiu ao enorme sufoco. Aos 3o minutos, Rodrigo Moledo, na área como um centroavante, bateu forte e a bola explodiu no braço aberto de Luiz Otávio. Com ajuda do VAR, o pênalti foi marcado. Alan Patrick bateu com categoria e virou o placar. Depois disso, o time desperdiçou alguns contragolpes, mas se segurou bem na defesa.
FICHA TÉCNICA
INTERNACIONAL 2 x 1 CEARÁ
INTERNACIONAL – Keiller; Igor Gomes (Weverton), Rodrigo Moledo, Vitão e Renê; Edenilson, Alan Patrick (Lucas Ramos) e Carlos de Pena; Wanderson (Taison), Pedro Henrique (Maurício) e Braian Romero (David). Técnico: Mano Menezes.
CEARÁ – João Ricardo; Nino Paraíba (Zé Roberto), Gabriel Lacerda, Luiz Otávio e Bruno Pacheco (Guilherme Castilho); Geovane (Yuri Castilho), Fernando Sobral e Vina; Diego (Victor Luis), Lima e Cléber (Michel Macedo). Técnico: Lucho González.
GOLS – Lima (pênalti), aos 5 minutos do primeiro tempo; Edenilson, aos 20, e Alan Patrick (pênalti), aos 32 do segundo.
CARTÕES AMARELOS – Geovane e Luiz Otávio (Ceará).
ÁRBITRO – Ramon Abatti Abel (SC).
RENDA – R$ 181.476,00
PÚBLICO – 10.544 presentes.
LOCAL – Beira-Rio, em Porto Alegre.
(AE)