Os servidores do Metropolitano se dizem preocupados com a situação do hospital |
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A Pró-Saúde Associação Beneficente de Assistência Social e Hospitalar, que administra o Hospital Metropolitano de Urgência e Emergência, está sendo acusada por funcionários de conter gastos e controlar materiais hospitalares, o que vem prejudicando o atendimento aos usuários e colocando em risco a saúde dos próprios empregados.
Além disso, conforme as denúncias, a supervisão baixou normas que colocam em risco a segurança dos trabalhadores. Os funcionários, por motivos óbvios, preferem não se identificar por temer punições e até demissão.
“Agora, em relação ao EPI (Equipamento de Proteção Individual), a supervisão da Pró-Saúde determinou que as luvas utilizadas pelos profissionais não devem mais ser consideradas como material de segurança individual e que existem procedimentos que podem ser feitos sem luvas”, diz uma das denúncias. “Tudo isso para “economizar” material, completa.
De acordo com as denúncias, a supervisão da organização social “chegou ao absurdo de determinar que, caso o material utilizado, como luva, capote e gaze não esteja ensopado de sangue ou secreção deve ser considerado lixo comum e não lixo hospitalar”. Estes procedimentos não são corretos, pois expõem os funcionários a riscos de contaminação.
“Quando achávamos que as coisas não iam piorar, fomos orientados de que para atender pacientes traqueostomizados não é para ser utilizado capote, mesmo com o profissional correndo risco de se contaminar em um acidente de trabalho devido à exposição biológica”, reclamaram.
A Pró-Saúde negou na semana passada que esteja faltando material para atender aos usuários e informou que aguardava repasse de verbas da Secretaria de Estado de Saúde (Sespa) relativo aos valores de custeio e à normalização dos pagamentos de funcionários.
Eis outras denúncias sobre o Metropolitano feitas ao Ver-o-Fato:
– O equipamento de tomografia está sem funcionar há meses e os pacientes têm que ser deslocados para uma clínica fora do hospital para realizar os exames. São pacientes graves de UTI e da urgência.
– Falta até produtos para lavar roupas.
– Empresa cobra seus direitos dos colaboradores celetistas e não honra os direitos destes mesmos colaboradores.
– Em Marabá, a situação também não é das melhores.
– Os colaboradores são os maiores prejudicados e não aguentam mais ser escravizados pela empresa e os gestores, que só querem penalizar e não fazem nada para melhorar.
– Os exames não são feitos na rede pública e os valores são altíssimos e deveriam ser investigados.
– Falta de respeito com seus colaboradores.
– Como um taxista comum aparece com três vans, funcionários e alvará para transporte de material infectante, sem haver licitação?
O Ver-o-Fato está há mais de um mês tentando uma entrevista com o secretário de Saúde do Estado, Alberto Beltramne, que é o responsável pela fiscalização dos contratos firmados entre a Pró-Saúde e o governo do Estado do Pará. A entrevista já foi marcada e desmarcada várias vezes. O governador Helder Barbalho tem dito que a atenção à saúde da população atendida na rede pública é uma das prioridades de seu governo.
Além do Metropolitano, a Pró-Saúde administra os hospitais públicos de Altamira, Marabá, Santarém, Galileu, Otávio Lobo (Oncológico Infantil), e de Barcarena (Materno Infantil). O contrato milionário para a gestão do Hospital Abelardo Santos, em Icoaraci, foi anulado pelo governo por irregularidades.
Os contratos, firmados nos governos anteriores ao atual, envolvem bilhões de reais, com graves irregularidades já constatadas pelo Tribunal de Contas do Estado.
Nota da Pró-Saúde ao Ver-o-Fato
Em nota enviada ontem à noite ao Ver-o-Fato, a Pró-Saúde oferece as seguintes explicações:
“A direção do Hospital Metropolitano de Urgência e Emergência (HMUE) informa que não procede – de forma alguma – as informações encaminhadas pelo Blog Ver-O-Fato. Em respeito aos 1,3 mil profissionais, de diferentes áreas de atuação, que trabalham no HMUE, a direção ressalta que segue as Normas Regulamentadoras (NRs), oferecendo todos os materiais necessários aos colaboradores para a prestação de assistência segura e humanizada aos usuários da Unidade e, também, disponibiliza os equipamentos de proteção individual conforme o Programa de Prevenção de Riscos Ambientais (PPRA).
Por fim, a direção ressalta que o estoque de insumos está abastecido. O pedido para manutenção do tomógrafo já foi enviado à contratante (Sespa), sendo aguardado o repasse para providências.
O HMUE é referência no tratamento de média e alta complexidades em traumas e queimados para a região Norte pelo Sistema Único de Saúde (SUS), o Hospital Metropolitano de Urgência e Emergência (HMUE), localizado em Ananindeua (PA), dispõe de 198 leitos operacionais nas especialidades de traumatologia, cirurgia geral, neurocirurgia, clínica médica, pediatria, cirurgia plástica exclusivo para pacientes vítimas de queimaduras, além de leitos de UTI.
O HMUE recebe pacientes da Região Metropolitana de Belém, dos diferentes municípios do Pará e também de outros estados. Em 2018, realizou mais de meio milhão de atendimentos, entre internações, cirurgias, exames laboratoriais e por imagem, atendimentos multiprofissionais e consultas ambulatoriais.
Atenciosamente”.
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