O réu José Edivan Bento da Silva, acusado de jogar gasolina, atear fogo e matar a própria esposa queimada, na frente dos filhos menores, em 2021, foi condenado a 21 anos de prisão pelo Tribunal do Júri de Paragominas, município da Região do Rio Capim, nordeste paraense.
O julgamento ocorreu nesta quinta-feira (02), na sede do município, onde os jurados acataram a tese da acusação, condenando o réu por homicídio triplamente qualificado, ocorrido em razões da condição de sexo feminino, motivo fútil e meio cruel.
De acordo com o processo, o crime ocorreu na zona rural de Paragominas, na noite de 7 de novembro de 2021, um domingo, após uma discussão entre o casal, que estava bebendo em um bar da comunidade do Piriá, na altura do km 204 da Rodovia BR 125, a cerca de 40 km da cidade.
Moradores do local, abalados com a crueldade do assassino, disseram na época que a vítima, Luciany Moraes da Silva, de 38 anos, natural de Açailândia, Maranhão, estava bebendo com o companheiro no bar, quando os dois se desentenderam e iniciaram uma discussão.
Conforme as investigações, a mulher saiu do bar para casa e o marido foi atrás dela, sendo que depois ela foi vista com o corpo em chamas e ele tentando apagar o fogo. Em seguida, ele fugiu da comunidade em uma motocicleta.
O feminicídio foi registrado na Delegacia da Polícia Civil de Paragominas pelo delegado plantonista Miranda Neto, que iniciou as buscas pelo suspeito. Vizinhos do casal contaram que viram a mulher no meio da rua com chamas pelo corpo, apagaram o fogo e a conduziram para a Unidade de Pronto Atendimento (UPA) de Paragominas, mas ela morreu quando era socorrida.
Segundo o processo número 0805056-62.2021.8.14.0039, o réu ateou fogo em sua companheira na frente dos filhos, de 2 e 9 anos de idade, que presenciaram a morte da mãe.
Os jurados também acataram a tese do Ministério Público de aumento de pena previsto no art. 121, § 7º, III, do Código Penal, fixando a pena em 21 anos de reclusão.