A guerra declarada pela Rússia contra a Ucrânia produziu um bilionária vítima brasileira: a fábrica de fertilizantes da Petrobrás, que estava em negociação para venda ao governo de Wladimir Putin. Agora, com o bloqueio econômico à Rússia decretado pelo Ocidente, o negócio pode melar.
Iniciada há uma década, na gestão do PT, e nunca concluída, a obra em Três Lagoas (MS) custou R$ 3,7 bi e estava em negociações com o grupo russo Acron. Ela foi projetada nos governos do PT para reduzir a dependência doméstica de importações de adubos.
Em 4 de fevereiro, a Petrobras anunciou ter chegado a um acordo sobre as “minutas contratuais” para vender a fábrica ao grupo russo Acron, herdeiro privado da base produtora de fertilizantes da extinta União Soviética.
“A assinatura do contrato de venda”, informou a estatal, “depende ainda de tramitação na governança da Petrobras, após as devidas aprovações governamentais.”
Na época, Jair Bolsonaro festejou o negócio nas redes sociais e lembrou que o mico da fábrica havia sido herança de Lula e Dilma Rousseff: “Para aquela turma, R$ 3,7 bilhões é pouco”.
Em 16 de fevereiro, Bolsonaro foi a Moscou visitar Vladimir Putin. Na semana seguinte, o autocrata russo invadiu o território ucraniano, o que tornou inviáveis os negócios estrangeiros das empresas russas —entre eles, o do Acron com a Petrobras. (Do Ver-o-Fato, com informações de O Antagonista)