Pesquisa do Ipespe avaliou a reação do brasileiro diante de assuntos polêmicos e detectou outras pautas que também são encaradas de maneira conservadora, como a liberação das drogas
Ao ser questionado sobre temas polêmicos, o eleitor brasileiro adota postura conservadora. Esse é uma das principais conclusões da mais recente pesquisa Eleição 2022 do Ipespe, divulgada no sábado, 26.
O sociólogo e cientista político Antonio Lavareda comenta que a maioria, segundo o levantamento, é contrária à legalização do aborto (69%, em oposição a 29% que são favoráveis) e também não aceita a liberação das drogas (75%; outros 22% são favoráveis).
A agenda conservadora inclui ainda elevado apoio à redução da maioridade penal (72% apoiam, contra 24% contrários). Para o sociólogo, as opiniões ficam mais equilibradas quando se trata da adoção da pena de morte (contrários, 53%; favoráveis, 43%). A liberalização do porte de armas, defendida pelo presidente e seus aliados, é rechaçada pela sociedade: 62% dividem essa opinião, contra 36% favoráveis.
Segundo a pesquisa, a opinião pública apoia a realização de plebiscitos para definir temas controversos. Embora uma sólida maioria seja contrária ao aborto, 49% acreditam que a população deveria se pronunciar diretamente sobre a questão, contra 47% que não concordam com isso. O mesmo ocorre em relação às outras questões.
O único tópico face ao qual o maior contingente (56%) não admite o plebiscito é a liberalização das drogas. “Ainda assim, esse número é bem menor que o dos que são contrários à liberalização”, completa o professor Lavareda.