O governador Helder Barbalho (MDB) viajou com a família para o exterior, onde ficará por 12 dias, tratando de “assuntos particulares”. Ele viajou e deixou um presente de grego antecipado para o Natal e Ano Novo de milhares de trabalhadores da saúde de quatro hospitais públicos de grande porte do Pará: ninguém vai receber os salários de novembro e dezembro, muito menos o 13º salário. E vai ficar todo mundo desempregado.
De acordo com profissionais da saúde afetados, isso está acontecendo porque o chefe do executivo paraense não mandou a Secretaria de Estado de Saúde (Sespa) liberar o repasse dos recursos mensais para custeio dos hospitais Metropolitano de Ananindeua, Materno-Infantil de Barcarena, Regional da Transamazônica, em Altamira, e Regional do Baixo Amazonas, em Santarém.
O Estado tinha contrato com a OS Pró-Saúde, mas a rescisão foi antecipada pelo governador Helder Barbalho. Juntos, esses quatro hospitais somam cerca de 4 mil trabalhadores, pais, mães e arrimos de famílias, que dependem de seus salários para botar comida em casa e honrar seus compromissos.
Os trabalhadores prejudicados hoje lembram que são os mesmos profissionais de saúde que até pouco tempo atrás foram aclamados como heróis por se dedicarem a salvar vidas – arriscando a própria – em plena pandemia da Covid-19 e que agora são tratados com desprezo pelo governador.
Ocorre que os repasses não foram feitos desde 13 de novembro último e os trabalhadores não receberam os salários daquele mês. Não é, porém, o que diz o governador do estado em suas páginas nas redes sociais, onde sempre aparece sorridente ao lado da esposa e filhos, como se o Pará vivesse no melhor dos mundos. .
Segundo Helder, a Sespa liberou os pagamentos à OS, além de medicamentos que estariam em falta nos hospitais. Veja o que ele diz:
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“É muita desumanidade”
Com o final do contrato com a Pró-Saúde, os demais pagamentos foram suspensos e todos os cerca de 4 mil trabalhadores deverão ser demitidos. Segundo a Pró-Saúde, eles são responsáveis por realizar mais de 183 mil atendimentos mensais nessas unidades de saúde.
“Tem colegas nossos que estão a beira do desespero, porque são os únicos responsáveis pelo sustento de suas famílias e não têm para onde correr. É muita desumanidade fazer isso com a gente, ainda mais perto do Natal e do Ano Novo”, desabafou um funcionário ao Ver-o-Fato. Ele não se identifica por temer perseguição e retaliações.
Outro sugeriu que o tratamento desumano dispensado pelo governador aos trabalhadores da saúde seja informado ao presidente eleito para ver se alguma providência será tomada. “Vamos mostrar ao Lula o que governador é capaz de fazer e também dizer que ele (Helder) calou a boca de todo mundo no Pará, inclusive da grande imprensa e tornou o PT um cachorrinho manso, que nem late mais”, completou.
Nota da Pró-Saúde: governo não pagou
Em nota com a data de hoje, 08, a OS Pró-Saúde afirma que o governo do estado – leia-se Sespa – não pagou o que deve à empresa, até agora. Leia a nota, na íntegra.
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