Com atletas de ponta, modalidades vivem perspectivas de expansão e maior visibilidade no Brasil e pelo mundo
O Diário Oficial do Estado (DOE) de hoje, 12 de julho, edição nº 35.467, publicou duas leis que favorecem de forma direta modalidades sociodesportivas de grande popularidade no Pará. A primeira, com o nº 9.989/2023, institui no calendário oficial de datas e eventos o Dia Estadual da Luta Marajoara, a ser comemorado anualmente em 8 de abril.
A outra lei, de nº 9.990/2023, cria o Dia Estadual do Breaking para festejos a cada 20 de fevereiro. Ambas as proposições foram apresentadas no ano passado pelo então deputado estadual Raimundo Santos (PSD), que hoje cumpre mandato federal. A sanção tem a assinatura da governadora do Estado em exercício, Hana Ghassan Tuma.
A comemoração para a luta marajoara está fixada para 8 de abril em alusão ao dia e mês em que tornou-se, no ano passado, Patrimônio Cultural de Natureza Imaterial do Estado. Trata-se de uma prática de arte lúdica que envolve tradição secular entre gerações de famílias e fazendas no icônico Arquipélago do Marajó.
A luta congrega pelo menos 10 mil praticantes na região, conforme estimativas da Federação Paraense de Luta Marajoara (FPLM), que já reúne em torno de 2.500 atletas regularizados. “A lei que fixa o Dia Estadual da Luta Marajoara é muito importante, significa uma conquista para todos nós”, comemorou o presidente da entidade, Rodolpho Neto.
A instituição do Dia Estadual do Breaking busca valorizar o novo esporte olímpico dentro do movimento hip-hop. A sugestão ocorreu para a data comemorativa na sessão especial na Assembleia Legislativa (Alepa), realizada no mês de abril de 2022, em referência à data do título do “Breaking do Verão”, no Rio de Janeiro, conquistado por Leony Pinheiro, o mais destacado b-boy paraense no momento.
Atualmente, o Pará conta com quatro representantes na seleção brasileira: Leony, Kapu, MiniJapa e Kley, e pode ter mais representantes no futuro próximo, como a b-girl Lívia Gadelha, campeã da recente etapa Belém do Red Bull BC One, o mais famoso circuito de breaking do mundo. Outro paraense, o b-boy Arroz, levou o título pelo masculino na mesma competição e demonstrou muito estilo para se credenciar a defender nas Olimpíadas da França no ano que vem.
A meta do Comitê Olímpico Brasileiro (COB) e do Conselho Nacional de Dança Desportiva (CNDD) é dispor de atletas de alto rendimento para disputar medalhas nos Jogos de Paris de 2024, onde o breaking será a modalidade debutante e tem tudo para ser a grande sensação entre os meses de julho e agosto.
Ao considerar o alto nível dos atletas paraenses, o deputado Raimundo Santos já teve outro projeto de lei aprovado na Alepa, de nº 57/2022, originando a lei 9.762, promulgada em 22 de dezembro do ano passado, pelo qual prevê a instituição do Programa Estadual de Formação de Campeões do Breaking para as Olimpíadas de 2024 e Jogos Olímpicos seguintes. Falta apenas o governo estadual iniciar o programa, com infraestrutura, acompanhamento técnico multidisciplinar e incentivo financeiro aos atletas.