O jornal apoiou os 4 anos de Gueiros, que era da casa, apesar da “briga” |
O beijo de Jader em Ana Júlio selou parceria de 3 anos, até o rompimento |
Aí, o “Repórter Diário” mandou bala, detonando a petista que apoiara |
Simão Jatene teve todo apoio dos Barbalhos na segunda eleição. Hoje… |
O jornal “Diário do Pará”, da família Barbalho, comemorou seus 35 anos em grande estilo, inclusive com homenagens e uma sessão na Assembleia Legislativa. Até aí, maravilha. Parabéns ao homenageado. Lá trabalhei por cinco anos e vi que não foi por acaso que o jornal chegou à liderança do mercado de mídia impressa.
Isto, porém, não dá o direito de os Barbalho espancarem os fatos políticos, até com certa crueldade, apostando na falta de memória dos leitores e eleitores.
Na coluna “Repórter Diário”, da última quarta-feira, 23, por exemplo, está dito com todas as letras e ufanismo que em 35 anos o jornal mantém “tradição de oposição”. E mais: “é o único veículo de comunicação impressa que dá voz à oposição parlamentar, fazendo contraponto à mídia governista”.
São afirmações que não resistem aos próprios números das eleições, dos governos e seus partidos que ocuparam o poder nesses últimos 35 anos, tempo de surgimento do “Diário”. É claro que o PSDB e seus satélites partidários estão há mais tempo, caminhando para 20 anos. Foram 8 anos de Almir Gabriel e outros 12 de Simão Jatene, a ser completados em janeiro de 2019.
Que 35 anos de oposição ao poder é essa do “Diário”, se Jader Barbalho governou o Estado por dois mandatos, quase 8 anos – à exceção dos nove meses em que o vice de Jader, Carlos Santos, sentiu o gostinho de mandar no Estado – e Hélio Gueiros ficou por 4 anos, apoiado pelo jornal, embora algumas vezes Jader e Hélio ocupassem espaços na mídia com suas briguinhas de compadres.
O “Diário” também não fala dos 4 anos da aliança PMDB-PT, que alegeu Ana Júlia Carepa, e outros 2 anos em que os Barbalho e seu veículo apoiaram Simão Jatene com todas as honras no seu segundo mandato, depois de o jornal ter feito oposição e campanha contra Ana Júlia faltando um ano para o final do mandato dela.
Então, temos, hoje, 19 anos de PSDB e outros 16 anos do PMDB e “Diário”, dividindo o poder no Pará. Não esquecendo que, ano que vem, Helder Barbalho será candidato ao governo – mais uma vez. Até em campanha antecipada já está, na esteira da oposição feita pelo jornal contra Jatene.
Resumo da ópera: o “Diário” só faz oposição ao poder quando ele próprio não está no poder. Até dá voz, como se vangloria, à tal “oposição parlamentar, em contraponto à mídia governista – leia-se ORM, “O Liberal” e os Maiorana.
Os leitores – e eleitores – estão acordados para esse tipo de manipulação de informações e números. Oposição de fancaria nada tem a ver com os interesses do povo paraense.
O povo, aliás, parece só um detalhe no arranca-rabo de hoje entre barbalhistas e jatenistas. Ou, para ficar somente na perlenga impressa, entre Barbalho e Maiorana.
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