À medida que o estado do Pará se prepara para sediar a prestigiosa COP-30 em Belém, em novembro de 2025, uma crise silenciosa e violenta se desenrola na fazenda Mutamba, em Marabá, no sudeste do estado, lançando uma sombra sobre os esforços de marketing do governo. Armados e audaciosos, invasores de terra e ladrões de madeira têm transformado esta propriedade rural em uma zona de guerra, desafiando abertamente a lei e a ordem.
Os ataques na fazenda são brutais e sistemáticos. Bandos armados invadem a propriedade em motocicletas, matam gado, destroem reservas legais e ameaçam funcionários. Castanheiras centenárias, protegidas na Amazônia por lei devido ao seu valor ecológico e econômico, são cortadas e queimadas, numa clara demonstração de desdém pelas regulamentações ambientais.
O proprietário da fazenda, Sergio Mutran, apesar de seus reiterados apelos às autoridades e de centenas de boletins de ocorrência, sente-se abandonado pelo governo estadual. O governo não retorna ao Ver-o-Fato os pedidos de posicionamento sobre o caso, omitindo até sua defesa e contraditório.
“O mundo precisa saber que a COP-30 em Belém não pode conviver com a impunidade de tantos crimes e a omissão governamental”, desabafa Mutran. Suas palavras ressoam com uma ironia amarga, especialmente quando contrastadas com as campanhas publicitárias milionárias do governo de Helder Barbalho, que promovem a imagem do Pará como um bastião de preservação ambiental e responsabilidade ecológica.
Esta discrepância flagrante entre o discurso oficial e a realidade no terreno não é apenas um problema local, mas uma questão de credibilidade internacional. Enquanto delegações e chefes de estado são esperados para discutir soluções globais para a crise climática, a situação na fazenda Mutamba serve como um lembrete contundente de que as políticas ambientais não podem ser apenas para “inglês ver”.
A falta de ação do governo, diante de violações tão flagrantes, levanta questões sérias sobre a eficácia e o compromisso real com as causas que serão debatidas na COP-30. Se o Pará não consegue proteger seus próprios cidadãos e recursos naturais, como pode liderar no cenário global da sustentabilidade?
As autoridades estaduais precisam responder a esses crimes com mais do que retórica. É necessário um compromisso palpável e ações concretas para restaurar a lei e a ordem na fazenda Mutamba e em outras áreas assoladas por conflitos semelhantes. O mundo está de olho, e o tempo para a verdadeira liderança ambiental e social é agora.
IMAGENS DA DESTRUIÇÃO:
COP-30, futuro comprometido
Sem dúvida – e isto tem sido dito como alerta pelo Ver-o-Fato em diversas reportagens – a situação alarmante na fazenda Mutamba, ameaça não apenas o sucesso da COP-30, mas também a reputação do governador Helder Barbalho e do estado como um todo. Os contínuos e descarados crimes ambientais nessa fazenda, se não forem imediatamente contidos, prenunciam um evento fadado ao fracasso por este e outros fatos que virão à tona.
O paradoxo entre a grandiosidade do evento internacional e a realidade de impunidade e devastação ambiental na região não poderia ser mais gritante. O governador Helder Barbalho, diante dessa crise, encontra-se em uma posição onde sua inação não só mina os esforços de preservação ambiental como também coloca em xeque sua própria credibilidade e a do evento internacional que pretende hospedar.
A realização da COP-30 sob a sombra de tais contradições poderia transformar a conferência em um palco para críticas internacionais ao invés de um fórum para avanço das políticas de sustentabilidade.
A responsabilidade de Barbalho não é pequena: se nada for feito para resolver a situação na fazenda Mutamba, ele será pessoalmente responsabilizado pela comunidade internacional por sua omissão. Este não é apenas um desafio local, mas um teste de sua liderança e da capacidade do governo estadual de alinhar suas ações com os princípios que publicamente endossa.
Para evitar que a COP-30 se torne um exemplo emblemático de hipocrisia no tratamento de questões ambientais, é essencial que medidas enérgicas e eficazes sejam adotadas imediatamente. A segurança da fazenda Mutamba precisa ser garantida, os criminosos responsáveis pelos ataques precisam ser levados à justiça, e políticas mais robustas de proteção ambiental devem ser implementadas sem demora.
A COP-30 não é apenas uma oportunidade para Belém brilhar no cenário mundial; é um momento decisivo para demonstrar verdadeiro compromisso com o futuro do planeta. A liderança exige ação, não apenas palavras, e o tempo para Helder Barbalho agir é agora. O mundo estará assistindo, e a história julgará a resposta dada às pressões e aos desafios presentes.
TEXTO TRADUZIDO PARA O INGLÊS:
COP-30 in Belém: A future jeopardized by governmental inertia in Pará
As Pará prepares to host the significant environmental conference COP-30 in November 2025, the alarming situation at the Mutamba farm in Marabá threatens not just the success of the event, but also the reputation of Governor Helder Barbalho and the state as a whole. The ongoing and blatant environmental crimes at this farm, if not immediately contained, presage an event doomed to failure.
The paradox between the grandeur of the international event and the reality of impunity and environmental devastation in the region could not be more striking. While the state government heavily invests in advertising campaigns to promote COP-30 as a milestone in environmental leadership, Mutamba farm endures a reality of terror and destruction. Repeatedly invaded by criminals who cut down legally protected trees, slaughter cattle, and threaten workers, the farm has become a symbol of the government’s inability to protect its natural resources and citizens.
Governor Helder Barbalho, faced with this crisis, is in a position where his inaction not only undermines efforts at environmental preservation but also calls into question his own credibility and that of the international event he intends to host. Holding COP-30 under the shadow of such contradictions could transform the conference into a stage for international criticism rather than a forum for advancing sustainability policies.
Barbalho’s responsibility is significant: if nothing is done to resolve the situation at Mutamba farm, he will be personally held accountable by the international community for his omission. This is not just a local challenge but a test of his leadership and the state government’s ability to align its actions with the principles it publicly endorses.
To prevent COP-30 from becoming an emblematic example of hypocrisy in addressing environmental issues, it is essential that immediate and effective measures be taken. The security of Mutamba farm needs to be ensured, the criminals responsible for the attacks must be brought to justice, and more robust environmental protection policies must be implemented without delay.
COP-30 is not just an opportunity for Belém to shine on the world stage; it is a decisive moment to demonstrate a true commitment to the future of the planet. Leadership requires action, not just words, and the time for Helder Barbalho to act is now. The world will be watching, and history will judge the response to the pressures and challenges at hand.
Chaos and impunity: The drama of Mutamba farm exposes contradictions in Pará on the eve of COP-30
As the State of Pará prepares to host the prestigious COP-30 in Belém, a silent and violent crisis unfolds at Mutamba farm in Marabá, casting a shadow over the government’s marketing efforts. Armed and bold, land invaders and timber thieves have turned this rural property into a war zone, openly defying law and order.
The attacks on the farm are brutal and systematic. Armed gangs invade the property on motorcycles, kill cattle, destroy legal reserves, and threaten employees. Centuries-old chestnut trees, protected by law due to their ecological and economic value, are cut down and burned in a clear display of contempt for environmental regulations.
The farm owner, Sergio Mutran, despite his repeated appeals to the authorities and hundreds of police reports, feels abandoned by the state government. “The world needs to know that COP-30 in Belém cannot coexist with the impunity of so many crimes and governmental omission,” Mutran laments. His words resonate with bitter irony, especially when contrasted with the multi-million dollar advertising campaigns of Governor Helder Barbalho’s government, which promote Pará as a bastion of environmental preservation and ecological responsibility.
This stark discrepancy between official discourse and the reality on the ground is not just a local problem, but a matter of international credibility. While delegations and heads of state are expected to discuss global solutions to the climate crisis, the situation at Mutamba farm serves as a stark reminder that environmental policies cannot be just for show.
The government’s lack of action in the face of such blatant violations raises serious questions about the effectiveness and real commitment to the issues that will be debated at COP-30. If Pará cannot protect its own citizens and natural resources, how can it lead on the global sustainability stage?
State authorities need to respond to these crimes with more than just rhetoric. A tangible commitment and concrete actions are necessary to restore law and order at Mutamba farm and in other conflict-ridden areas. The world is watching, and the time for true environmental and social leadership is now.