As obras intermináveis do BRT Metropolitano, iniciadas nos primeiros dias do governo Helder Barbalho se transformaram em mais um tormento para quem mora em Belém e Ananindeua e precisa se deslocar todos os dias pela BR-316. Veja no final desta reportagem as promessas feitas pelo próprio Helder e não cumpridas. Acesse antes que sejam apagadas.
Quem precisa sair da capital ou chegar aqui, também sofre com congestionamentos e transtornos diários, buzinaços, buracos em profusão e muitas reclamações e xingamentos. Isto sem falar no aspecto visual que deixa ainda a Metrópole da Amazônia com um aspecto de cidade decadente e abandonada.O governador promesseiro gosta de selfies, marketing, mas não cumpre o que diz. Será que agora, com os bilhões da COP 30, a obra, já defasada, finalmente será entregue?
Um projeto que tinha tudo pra dar certo parece ter uma cabeça de burro enterrada. O entendimento técnico, de quem conhece o assunto, aponta que o BRT Metropolitano é uma obra cara e defasada, que não resolverá o problema da mobilidade na Região Metropolitana de Belém.
Antes de mostrar as inúmeras promessas não cumpridas do governador Helder Barbalho de inaugurar a obra -o que já ocorreu pelo menos três vezes – fora a última, para maio deste ano de 2024 – , com vídeos dele e declarações publicadas pela imprensa -, é preciso destacar que o governo do tucano Simão Jatene deixou o projeto pronto e com dinheiro em caixa.
Pra refrescar a memória dos desavisados, num de seus primeiros atos, Helder, tão logo assumiu o governo, em 1° de janeiro de 2019, já no dia 15 daquele mês, com toda pompa e cercado de assessores, compareceu em Marituba para dar a partida na obra. Como é praxe em seu figurino de promoção pessoal e marketing, o governador fez muitas selfies e concedeu entrevistas.
Festival de atrasos
Com um contrato de R$ 384.6 milhões coube à poderosa Odebrecht executar os serviços. O prazo anunciado por Helder foi de exatamente 19 meses para a conclusão da obra. Ou seja, em setembro de 2020, vésperas das eleições municipais daquele ano, estaríamos com o BRT pronto e inaugurado, como alardeava Barbalho.
Acontece que já em janeiro de 2020, um ano depois do Início da obra, e com apenas 10% dos serviços executados, foi anunciado o primeiro adiamento: para mais um ano do prazo inicial, ficando a nova data para agosto de 2021.
Pandemia vira desculpa
Veio a pandemia da Covid-19 e os transtornos causados pelas restrições impostas por medidas sanitárias. Aí, o que estava ruim, ficou ainda pior. Foi então que Helder, em mais uma de suas visitas pirotécnicas à obra, em meio a reuniões com uma penca de dirigentes do NGTM – Núcleo de Gerenciamento de Transporte Metropolitano, tendo à frente o engenheiro sanitarista Eduardo Ribeiro, anunciou mais um adiamento.
Agora, a obra ficaria pronta no final de 2022, prometia novamente o governador, talvez ainda pensando em tirar uma casquinha eleitoral na sua tão sonhada reeleição, que acabou acontecendo naquele ano.
Falta muita coisa
O que pouca gente sabe é que o projeto do BRT Metropolitano é bem mais do que a via expressa de 10,8 Km, de Belém até Marituba, que precisa ser construída em pavimento rígido no espaço do canteiro central, e do conjunto de 13 Estações de Passageiros. Será necessário também a construção de três faixas de rolamento e pavimento flexível nos dois sentidos da BR, o que, convenhamos, não é pouca coisa.
E não pára por aí: duas ciclovias arborizadas, sendo uma de cada lado, duas calçadas para pedestres de 2,5 m de largura, rampas de acessibilidade e iluminação de LED. Tem mais: 13 novas passarelas de pedestres, pra facilitar as travessias a partir do canteiro central; quatro túneis de acesso subterrâneo de acesso aos terminais de Marituba e Ananindeua, além do viaduto de Ananindeua. E, por último, fazer com que o projeto entre finalmente em operação.
Não precisa ser especialista para perceber a olho nu que, passados mais de cinco anos do início das obras, a conclusão do BRT Metropolitano ainda está longe de acontecer. Agora, depois de vários adiamentos e atrasos, o governo diz que a todo o projeto ficará pronto ainda no primeiro semestre deste ano de 2024.
Dá para acreditar?
Se em mais de cinco anos continua desse jeito, só trazendo transtornos para população, não será em seis meses, nem mais em um ano que toda essa infraestrutura será montada, inaugurada e colocada em operação. Se ficar pronto para a COP 30, em 2025, já será muito.
Enquanto isso, a população que paga impostos, que precisa ir e voltar do trabalho diariamente, para chegar em casa, que se lasque. No mínimo, quatro horas por dia dentro de transporte público ou veículo pessoal.
O preço aumentou
Se a obra começou com o valor anunciado de R$ 384 milhões, agora a placa que anuncia a nova construtora, a segunda colocada que substituiu a Odebrecht, traz também o valor ajustado. Claro que bem maior. Agora o total da obra já bate em R$ 500 milhões. Por enquanto.
Há quem diga que o contrato já tem aditivos e artifícios, que farão com que o preço final dessa obra de Santa Engrácia passe, tranquilamente, dos R$ 600 milhões.
Esse é o Pará de Helder: muitas promessas e nada de obras relevantes. O resto é marketing pessoal e presepada midiática.
LINKS DAS PROMESSAS DE HELDER EM CINCO ANOS
No dia 03 de janeiro de 2019, num dos primeiros atos após assumir, o governador Helder Barbalho reuniu a equipe pra dizer que o BRT metropolitano era prioridade .
https://www.facebook.com/share/v/xEojbpA9H9iNtJmi/?
https://globoplay.globo.com/v/7304974/
Em uma gravação do Helder na matéria falando dos novos prazos, que, pra variar, não foram cumpridos. Muito pelo contrário.
Governo troca empreiteira e prevê conclusão do BRT Metropolitano para o final de 2022
Neste sábado (18), Governo do Pará assinou o contrato de retomada dos serviços junto à nova empresa responsável pelo projeto
19/09/2021 08h58 – Atualizada em 20/09/2021 07h24
Foto: Rodrigo Pinheiro / Ag PAPara assegurar a conclusão das obras de requalificação da BR-316, o governador Helder Barbalho assinou, neste sábado (18), contrato de retomada dos serviços junto à nova empresa que ficou em segundo lugar no processo licitatório em 2017. Com a substituição da empreiteira, o Governo do Pará, por meio do Núcleo de Gerenciamento de Transporte Metropolitano (NGTM), reafirma o compromisso de término das obras até o final de 2022 a fim de melhorar a mobilidade urbana e o transporte público a fim de beneficiar 2,5 milhões de pessoas da Região Metropolitana de Belém.
“Temos pressa para que essa obra aconteça. A população não tem mais paciência com o trânsito. Que possa ser entregue o mais rápido possível e chegue para dar solução da região metropolitana”, disse o governador durante evento que ocorreu na avenida Ananin, em Ananindeua, ocasião em que foi assinada a Ordem de Serviço para a requalificação da via.
Estado anuncia que BRT Metropolitano começa a operar em março de 2023
Em visita às obras, o governador Helder Barbalho também já definiu prazos para a entrega das várias etapas da nova estrutura viária e de mobilidade urbana Por Michelle Daniel (NGTM) 09/02/2022 22h32 O Governador Helder Barbalho ouve as explicações sobre as obras do engenheiro Eduardo Ribeiro Foto: Marco Santos / Ag. ParáEm visita às obras da nova estrutura viária e de mobilidade urbana localizada em parte da rodovia BR-316, na tarde desta quarta-feira (09), o governador Helder Barbalho definiu prazos para a entrega das obras. Para este primeiro semestre, o viaduto de Ananindeua, que interligará o Terminal e a Avenida Ananin, cujas obras estão em andamento. A nova avenida ligará a BR ao Paar, Conjunto Guajará e Cidade Nova, se tornando mais uma rota de acesso ao município.
Também está prevista a conclusão das obras civis, como os terminais de integração (Ananindeua e Marituba) e o Centro de Controle Operacional (CCO), que concentrará a operacionalização do sistema integrado de transporte, o qual deve entrar em operação até março de 2023.
Matérias de dezembro de 2023: Helder faz visita na obra e faz estardalhaço de mais de mil homens trabalhando . Enquanto isso a obra não anda. É mais transtornos pra população.
http://www.ngtm.pa.gov.br/noticias/brt-metropolitano-emprega-1500-oper%C3%A1rios-em-mais-de-30-frentes-de-obras-diurnas-e-noturnas
A última promessa, que não será cumprida: Maio de 2024