Auditora de Finanças e Controle já obteve duas decisões judiciais favoráveis, mas as perseguições não param. O governador precisa sair de sua zona de conforto e intervir no caso
Uma grave denúncia de perseguição e assédio moral na Controladoria Geral do Estado do Pará (CGE) vem ganhando destaque nos últimos dias. A auditora de finanças e controle do órgão, Vanda Araújo Neves, enfrenta uma situação angustiante há seis anos, sem encontrar solução para o problema.
Vanda já obteve duas liminares judiciais em sua defesa, porém, as perseguições continuam. Mesmo com a denúncia chegando ao gabinete do governador Helder Barbalho, até o momento não houve resposta. Em 2018, a primeira denúncia abalou o governo durante a transição de Simão Jatene para Helder Barbalho, resultando no reconhecimento imediato de seus direitos. Porém, a perseguição não cessou.
A servidora concursada e estável, casada com outro servidor público, teve negado seu direito de acompanhar o cônjuge após a remoção por ofício para outra localidade do Estado. Esse direito, previsto na Constituição Federal e em legislações específicas, não está sendo respeitado, mesmo diante de diversas decisões judiciais favoráveis à Vanda.
Segundo a denúncia, o assédio moral seria praticado pela controladora adjunta de Controle Interno, Alegria dos Santos Leite. Enquanto isto, o controlador geral do Estado, Ozório Juvenil – filho do ex-deputado e ex-prefeito Domingos Juvenil – está ciente do ocorrido, porém não toma medidas efetivas para solucionar a situação. Em represália às ações judiciais, a controladora impediu o acesso (veja abaixo) da servidora ao sistema eletrônico PAE, essencial para suas atividades no estado.
O Ver-o-Fato não conseguiu falar, mesmo por telefone, com a controladora da CGE, nem com o chefe do órgão. O espaço está aberto às manifestações de ambos.
Diante desse cenário de perseguição e desrespeito aos direitos constitucionais, Vanda Neves faz um apelo ao governador Helder Barbalho para que intervenha e garanta o cumprimento integral da decisão judicial. Ela relata que a portaria publicada pela CGE não está em conformidade com a decisão judicial e solicita apoio para resolver essa situação. A auditora tem o apoio de vários servidores
É essencial que casos como esse sejam tratados com a devida seriedade e que medidas efetivas sejam tomadas para proteger os direitos dos servidores públicos e combater qualquer forma de assédio moral ou perseguição no ambiente de trabalho.
Silêncio do governo
A história de Vanda Neves expõe uma realidade preocupante dentro da Controladoria Geral do Estado do Pará, onde a perseguição e o desrespeito aos direitos dos servidores parecem persistir mesmo diante de decisões judiciais favoráveis. Sua luta não se restringe apenas à busca por seus direitos, mas também pela garantia de um ambiente de trabalho saudável e justo para todos os funcionários do órgão.
O caso de Vanda reflete não apenas uma questão individual, mas também levanta sérias dúvidas sobre a cultura organizacional e a gestão interna da CGE. O silêncio do governo diante dessa denúncia coloca em xeque o compromisso com a transparência, a ética e a defesa dos direitos humanos no serviço público.
A ausência de resposta às solicitações de Vanda Neves demonstra a urgência de uma intervenção efetiva por parte das autoridades, especialmente do governador Helder Barbalho, que já foi provocado e tem o dever de zelar pelo cumprimento da lei e pela proteção dos servidores estaduais.
É essencial que este caso não seja tratado com indiferença, mas sim que seja investigado de forma imparcial e que medidas sejam tomadas para garantir a integridade física, emocional e profissional de Vanda Neves e de todos os servidores da CGE do Pará. Afinal, a perseguição e o assédio moral não têm lugar em uma sociedade democrática e justa.
A esperança de Vanda Neves e de tantos outros servidores que enfrentam situações semelhantes é de que suas vozes sejam ouvidas, que seus direitos sejam respeitados e que a justiça prevaleça. Este é um momento crucial para que o Estado do Pará reafirme seu compromisso com os princípios democráticos e com o respeito aos direitos humanos, garantindo um ambiente de trabalho digno e livre de abusos para todos os seus funcionários.