No dia 1º de julho de 2022, Aaron Morris, um motociclista de 31 anos, morreu após um trágico acidente em um cruzamento na cidade de Esh Winning, no Condado de Durham, Inglaterra. O choque, ocorrido durante a tarde, acabou deixando um rastro de dor e indignação, especialmente para sua esposa Samantha Morris, que estava grávida de 13 semanas de gêmeos e celebrava seu aniversário naquele dia.
De acordo com o inquérito divulgado nesta terça-feira em uma audiência no Tribunal do Legista do Condado de Durham e Darlington, uma série de fatores agravou a situação e levantou questionamentos sobre o atendimento prestado. Aaron, que estava consciente quando Samantha chegou ao local do acidente, teve seu estado de saúde agravado pela demora no socorro — as equipes de ambulância levaram 54 minutos para chegar.
Ao chegar ao local, Samantha encontrou o marido caído na estrada, mas ainda respirando. A situação mudou drasticamente enquanto aguardavam o socorro. “Eu estava lá para segurar a mão de Aaron enquanto seu coração dava a última batida”, declarou emocionada durante o inquérito, relatando o momento em que ele faleceu logo após ser levado ao Hospital Universitário de North Durham.
Segundo o inquérito, várias pessoas, inclusive uma amiga enfermeira de Samantha, tentaram acionar a ambulância após o acidente, mas o atendimento foi realizado por uma empresa terceirizada, a Ambulanz, que só chegou uma hora após a primeira ligação de socorro. Para surpresa de Samantha e dos presentes, o motorista da ambulância revelou não saber o caminho até o hospital e, em um momento desesperador, pediu ajuda para se orientar. Diante da situação crítica, Samantha precisou assumir o volante da ambulância enquanto os paramédicos realizavam manobras de ressuscitação cardiopulmonar (RCP) em seu marido na parte traseira do veículo.
“Eu estava grávida de 13 semanas e meu marido estava fazendo RCP na parte de trás da ambulância”, relatou Samantha, visivelmente abalada. “Por que eu deveria decidir para qual hospital meu marido deveria ser levado? Tenho que conviver com o fato de que, se eu desse a orientação certa, ele poderia estar vivo até hoje”. Ela mencionou que o motorista “tomou a decisão certa ao perguntar”, mas destacou a falta de preparo: “As pessoas que o gerenciam e o treinam deveriam ter dado a ele as ferramentas para saber onde fica o hospital mais próximo”.
Samantha, em seu depoimento, deixou claro que não culpa diretamente o motorista pela confusão, mas apontou falhas na gestão e treinamento da equipe de ambulâncias. “Ele tomou a decisão certa naquele dia usando o que tinha, que era eu, que moro na área”, acrescentou ela.
O inquérito foi originalmente aberto em maio, mas suspenso quando o legista identificou o Great North Air Ambulance Service (GNAAS) como parte interessada. Nesta terça-feira, os dois primeiros depoimentos foram dados por policiais presentes no local do acidente, incluindo a policial Rebecca Shaw, que confirmou as múltiplas tentativas de solicitar ajuda médica.
Do Ver-o-Fato, com informações do Extra.globo.com