Os operadores financeiros sob investigação foram responsáveis por movimentar mais de R$ 4 bilhões, em dezenas de contas bancárias cujos titulares são empresas sem existência real.
A corrupção continua a mil por hora neste país. Bandidos engravatados, após o fim e sepultamento da Lava Jato, ganharam mais fôlego para continuar seus assaltos aos cofres públicos.
A Polícia Federal realizou na manhã desta 4ª feira, 22, uma operação em conjunto com a Secretaria da Receita Federal para reprimir crimes de doleiros contra o Sistema Financeiro Nacional. Os investigados movimentaram mais de R$ 4 bilhões por meio de empresas de fachada, evasão de divisas e operações irregulares.
Os doleiros alvos da operação eram, em sua maioria, reincidentes. Um deles, inclusive, já havia feito um acordo de colaboração premiada com o Supremo Tribunal Federal (STF).
Segundo os agentes da PF, por anos os investigados se dedicaram a operar o esquema financeiro paralelo, atendendo clientes que buscavam mover, de forma anônima, grande quantidade de dinheiro para o exterior. Para isso, empresas de fachada e contas bancárias de laranjas eram usadas.
O envio ilegal de dinheiro para outros países, que configura o crime de evasão de divisa, era feito por diversos meios, como dólar-cabo, importações simuladas ou superfaturadas e a utilização de criptoativos.
A soma das penas dos crimes constatados durante a investigação, todos contra o Sistema Financeiro Nacional, pode chegar a 26 anos de prisão, sendo eles: gerir fraudulentamente instituição financeira, operar sem autorização instituição financeira, inclusive de câmbio; usar falsa identidade para realização de operação de câmbio e evasão de divisas.
A operação, chamada de Recidere, cumpre 21 mandados de busca e apreensão em dois estados: em São Paulo (na capital e nas cidades de Barueri, São Bernardo do Campo, São Caetano do Sul e Mogi Guaçu) e Santa Catarina (Florianópolis), tendo como alvos 16 pessoas físicas e cinco pessoas jurídicas. (Do Ver-o-Fato, com informações da PF e SBT)