A Federação das Indústrias do Estado do Pará (FIEPA) e o Centro das Indústrias do Pará (CIP) realizaram nesta quarta-feira, 17, um encontro que reuniu técnicos, empresários, acadêmicos e entidades do setor produtivo no Auditório Albano Franco da FIEPA, em Belém, para discutir as oportunidades e os desafios da exploração de óleo e gás na Margem Equatorial brasileira. O encontro acontece em meio à polêmica suscitada pelo Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e dos Recursos Renováveis (Ibama) que, na última semana, se posicionou contra a liberação da licença solicitada pela Petrobras para o início das perfurações na Foz do Amazonas, exigindo a realização de uma Avaliação Pré-Operacional (APO), procedimento que simula o atendimento em casos de emergência na região.
A possibilidade do indeferimento da licença causou preocupação em diversos setores do Estado, uma vez que o impasse deve atrasar o início das perfurações e das operações na região. O vice-presidente executivo da FIEPA, José Maria Mendonça, avalia que a exploração de óleo e gás é tecnicamente viável, seguro e representa uma oportunidade para que o Estado do Pará e a região Norte consigam desenvolver sua economia e garantir mais qualidade de vida para a população. “Nós somos completamente favoráveis a esse projeto e queremos que ele seja feito com toda segurança possível e isso a Petrobras com certeza pode garantir, porque é uma empresa que tem ampla experiência na exploração em águas profundas e ultraprofundas. Hoje, cinco dos piores Índices de Desenvolvimento Humano Municipal do Brasil estão no Marajó, área de abrangência do projeto e que será beneficiado pela exploração de óleo e gás, então entendemos que este é um projeto urgente para este Estado que é rico, mas com uma população pobre. Então é uma questão de civilidade, de respeito com a população do Pará e da Amazônia”, afirmou Mendonça.
Alex Carvalho, vice-presidente da FIEPA, afirma que as experiências de outros estados corroboram para que o projeto seja implementado com sucesso no Pará. “Podemos observar que a exploração de petróleo apresentou grandes benefícios em outras regiões, impulsionando a geração de empregos e transformando os municípios em que está presente. Por entendermos que se trata de uma atividade de altíssimo grau de competência no que tange a sustentabilidade ambiental, e com um grande potencial transformador, é que estamos aqui hoje. Nosso objetivo é discutir cientificamente, para termos mais segurança e para que possamos desmistificar certas narrativas que tentam nos impedir de vivenciar essa oportunidade que está diante de nós e que vai transformar e melhorar a vida da população amazônida que poderá, enfim, usufruir da riqueza existente em nosso Estado”, ponderou o vice-presidente da FIEPA.
No evento foram proferidas palestras sobre o tema. Uma delas foi “Sustentabilidade Ambiental da Região Costeira e da Plataforma Continental do Pará/Amapá”, proferida pelo professor Luís Ercilio Faria Júnior, doutor em Ciência Naturais da Universidade Federal do Pará (UFPA). Segundo Faria, os estudos apontam a probabilidade de grandes reservas de óleo e gás nas bacias sedimentares da Foz do Amazonas, mas a perfuração do poço exploratório é necessária para confirmar o que já se vê em outras bacias similares próximas ao Brasil. “Eu não vejo por que se impedir a execução desse furo pela Petrobras, como está sendo feito com alegações ambientais. Os riscos ambientais podem existir, lógico, mas isso tudo é bem avaliado e pode ser mitigado. A questão é que está se partindo de uma premissa de que vai haver vazamento, quando isso é praticamente inexistente já que nós não temos nenhum caso aqui no Brasil de que em algum poço exploratório tenha ocorrido vazamento. Então, do ponto de vista ambiental, eu creio ser absolutamente segura a perfuração desse poço”, explica Faria, que proferiu a palestra “Sustentabilidade Ambiental da Região Costeira e da Plataforma Continental do Pará/Amapá”.
Allan Kardec Barros, pós-doutor e presidente da Companhia Maranhense de Gás, falou sobre as “Potencialidades e Desafios da Exploração da Bacia Pará-Maranhão para o Desenvolvimento Regional e Consequências Socioambientais”. Segundo Kardec, a Margem Equatorial é importante para que o Brasil consiga protagonismo mundial no setor de energia. “O Brasil se propõe em ser a quinta maior potência energética do planeta, mas não será sem a Margem Equatorial, e isso representará um novo ciclo de desenvolvimento nacional, não mais centrado em São Paulo, mas sim aqui na Amazônia”, definiu Kardec.
Participaram ainda do encontro o professor e doutor Antônio Batista, que proferiu a palestra “Petróleo e Gás – Oportunidades e Benefícios”; o prefeito de Soure/Marajó, Guto Gouvêa, que também é presidente da Associação dos Municípios do Arquipélago do Marajó (AMAM); o deputado estadual do Amapá, Jesus Pontes; e a presidente da Associação Comercial do Pará (ACP), Elizabete Grunvald.
Com informações da Gerência de Comunicação FIEPA | SESI | SENAI | IEL.