Mais um capítulo triste se soma ao cenário de insegurança que domina o Pará. Na manhã desta segunda-feira (23), a pacata cidade de Abel Figueiredo, no sudeste do estado, acordou atônita diante do assassinato de Gilberto Cruz da Silva, conhecido como “Batoré”. Catador de latinhas e figura querida na comunidade, ele foi encontrado morto na rua Castelo Branco, na Praça do Mercado, com uma lesão na cabeça.
A rotina simples de Gilberto, marcada pela coleta de materiais recicláveis nas primeiras horas do dia, não despertava suspeitas. Ele saiu de casa por volta das 5 horas, mas, pouco tempo depois, às 7 horas, seu corpo já sem vida foi localizado pela Polícia Militar. Para moradores da região, a morte de “Batoré” é um crime tão inexplicável quanto revoltante.
“Ele era um homem tranquilo, não mexia com ninguém”, disseram vizinhos e conhecidos que lamentavam a perda. A comunidade, consternada, cobra respostas, mas também desconfia da eficácia de uma investigação conduzida por um sistema de segurança pública que, reiteradamente, falha em proteger os cidadãos.
A Polícia Civil informou que investiga o caso e acionou o Instituto Médico Legal (IML) para a realização de perícia e necropsia. No entanto, a pergunta que ecoa entre os moradores é uma só: quem matou “Batoré”? E, sobretudo, por quê?
O assassinato do catador de latinhas é mais um reflexo da espiral de violência que atinge o Pará, onde as políticas públicas de segurança parecem incapazes de enfrentar o problema. O caso de Abel Figueiredo desafia as autoridades que, muitas vezes, se mostram inertes diante da violência que ceifa vidas humanas diariamente.
Sem antecedentes criminais e sem inimigos conhecidos, Gilberto Cruz da Silva não deveria figurar nas estatísticas de homicídios. Sua morte, contudo, evidencia como qualquer um pode se tornar vítima em um estado que, há muito, perdeu o controle sobre a segurança de suas cidades.