Em pleno Baenão, mesmo perdendo no tempo regulamentar, o Águia bate o Remo nos pênaltis e volta para Marabá com o título do Parazão 2023. Betão fez o gol mais bonito do campeonato e o gol decisivo. Conquista merecida.
Os dois times se enfrentaram na noite desta sexta feira, no lotado estádio do Baenão, com uma linda festa da torcida azulina, valendo o título do campeonato. A galera azulina fez sua parte, esgotou os ingressos, mas o time decepcionou, mais uma vez.
O momento que as duas equipes viviam eram opostos. O Leão vinha de uma péssima sequência de resultados, perdeu todos os jogos na Série C, é o lanterna da competição e ainda perdeu o primeiro jogo desta final em Marabá.
Já o Águia, vinha embalado. Após vencer o primeiro jogo da decisão por 1 a 0, bateu o Humaitá em casa por 2 a 0, na terceira rodada da Série D, e assumiu a vice-liderança do Grupo 1 da competição nacional.
Antes de a bola rolar, os jogadores das duas equipes sentaram em campo. A atitude era um protesto contra o racismo no mundo do futebol. A bola rolou e o Leão, embalado pela sua torcida, foi pra cima. Mas encontrou um time muito bem postado em campo. Patrick e Castro eram os donos do meio campo no Baenão.
A primeira grande chegada da partida foi do Águia. Wander fez linda jogada individual e tentou o cruzamento. Lucas Marques tirou para escanteio. Na cobrança de Alan Maia, David toca de cabeça e Betão, com uma bicicleta de manual, fez um verdadeiro gol de placa, uma pintura, um gol digno de prêmio Puskas, gol de quem veio pra ser campeão e entrar para a história do futebol regional. Águia 1 x 0.
Depois disso, o Remo tentou ir pra cima do Águia e rondava a área adversária sem conseguir finalizar. Eram tentativas em vão. A equipe de Marabá jogava como se estivesse no quintal de sua casa, parecia que a equipe marabaense sabia tudo o que o Leão iria fazer, esfriava e esquentava o jogo de acordo com seus interesses. Um nítido e verdadeiro nó tático do técnico Mathaus Sodré.
Mas o futebol não é o melhor e mais emocionante esporte à toa. Ninguém conta a história de uma partida de futebol antes de ela acontecer. Quando todos viam o Leão acuado, tudo mudou. No fim do primeiro tempo, aos 44, em contra-ataque rápido, Muriqui fez lindo passe para Pedro Vitor. O atacante passou por Alan Maia, invadiu a área e bateu forte e alto para marca um belo gol. Placar empatado no Baenão. 1 x 1. E depois disso o fim dos primeiros 45 minutos.
Tempo de emoções
O segundo tempo começou com o Leão confiante, forte e empolgado pelo gol no fim do primeiro tempo. Logo aos 3 minutos, Ícaro fez lançamento para Fabinho, atacante venceu a marcação e ficou na cara do gol, batendo cruzado. Axel Lopes cresceu na frente do atacante e fez uma defesaça. Goleirão salvou o Águia da virada azulina.
Depois da pressão do Remo, o jogo esfriou, com muitas faltas, muitas substituições. O Águia catimbava o jogo e diminuia o ritmo da partida. Já o Leão, ia feroz pra cima da equipe de Marabá. E só aos 22 minutos ocorre um lance de perigo. Bola na área do Águia, Fabinho serviu Pedro Vitor que estava de frente pro gol, mas bateu travado e a bola foi para fora.
Um minuto depois, Andreson Uchoa, em uma dividida, todo estabanado, chega de joelho em Luan Santos. O juizão expulsou o jogador azulino. Piorando ainda mais a vida do Leão. Jogadores do Remo ficaram na bronca com o árbitro.
E aos 29, a torcida vendo um complicado momento vivido pelo Remo, decidiu apoiar, só que apoiou de forma errada. O juiz paralisa o jogo após vários sinalizadores acesos na arquibancada, causando uma enorme nuvem de fumaça. Era tudo que o Águia queria naquele momento.
No no retorno da partida, aos 34, depois de uma cobrança de falta, a bola foi levantada na área do Águia. A redonda bate em Rodrigo e morre no fundo do gol. Gol contra da equipe de Marabá. Foi a virada do Leão Azul. Naquele momento o jogo estava indo para as penalidades.
Empolgado o Remo foi pra cima, mesmo com um jogador a menos. Só dava Leão. O Baenão estava incendiado pela sua torcida que não parava de cantar. Já a equipe marabaense se acuava, parecia cansada e, mesmo com um jogador a mais, não agredia os donos da casa.
O Águia parecia querer que a decisão fosse para as penalidades. E conseguiu. O tempo passou e depois de 7 minutos de acréscimos o juiz decretou o final.
As penalidades começaram. E na quarta cobrança azulina, Lucas Mendes foi pra bola, bateu mal e Axel Lopes fez grande defesa. Na sequencia, Pedrão, que tinha feito um golaço no tempo regulamentar, seu primeiro na temporada, bateu o último pênalti da sequencia, fazendo novamente o gol. Decretado: Águia de Marabá, o Campeão Paraense de 2023. A cidade de Marabá explodiu de felicidade. Com justiça.
Remo: Vinícius; Lucas Marques, Diego Ivo, Ícaro (Diego Ivo) e Leonan (Ronald); Anderson Uchôa, Pablo Roberto e Soares (Fabinho); Jean Silva (Lucas Mendes), Pedro Vitor e Muriqui. Técnico: Fábio Cortez (Interino)
Águia: Axel Lopes; Bruno Limão, Betão, David Cruz (Rodrigo) e Evandro; Castro, Danilo Cirqueira (Balão Marabá), Patrick Maranhão, Wander e Alan Maia (Adalton); Luam Parede (Luan Santos). Técnico: Mathaus Sodré.
Melhores momentos e gols, no tempo normal:
Veja a decisão nos pênaltis:
