Conversar sobre a escola é fundamental para o desenvolvimento da garotada
A pequena Ana Gaia começou a estudar este ano, mas a preocupação do pai, o influenciador digital Paulo Henrique Gaia, começou no segundo semestre de 2021 durante a pesquisa sobre em qual escola poderia matricular a menina. Valor da mensalidade, localização e as referências sobre as atividades que as unidades desenvolviam junto às famílias foram os fatores que pesaram na hora de escolher a instituição de ensino.
“Cresci numa família engajada com a escola. A minha mãe sempre participava das reuniões, procurava saber com a professora como estava o meu desempenho e minhas dificuldades de aprendizagem”, lembra Paulo.
“Ela observava muito a forma com a qual eu me relacionava com as demais crianças. Primeiro para saber se havia algum tipo de agressividade por parte dos outros ou da minha parte. Sempre me estimulou a tratar a todos com o mesmo respeito”, prossegue o influencer.
Ele trouxe estes valores para a paternidade. O diálogo com a comunidade escolar começou no momento em que matriculou a filha na escola e se mantém mais forte desde o primeiro dia de aula. Embora a criança seja muito nova, ele conversa com ela sobre religião, racismo e bullying. “Desde que ela começou a falar e fazer amizades, converso com ela sobre o que são e quais são as brincadeiras saudáveis”, disse Paulo.
É na hora do dever de casa que ele pergunta para Ana o que aprendeu, sobre o que conversou com as outras crianças e sobre o comportamento dos funcionários da escola. “Assim vou construindo uma relação participativa na Educação e formação dela. Tem valores que ela vai aprender em casa e praticar tanto na escola como em outros lugares”, defende o pai, que tem outra filha, que já está no Ensino Fundamental.
Para a psicopedagoga Renata Mouchrek, o comportamento de Paulo é um exemplo para outros pais e mães. “O papel dos pais é orientar. Ao participar ativamente e acompanhar o filho no ambiente escolar, irá contribuir e até favorecer para o melhor desempenho do processo de aprendizagem do aluno”, disse.
A especialista ressalta que atualmente são poucos os pais e mães que participam da vida escolar dos filhos. Parte disso ocorre em decorrência da modernidade, que acaba fazendo com que os responsáveis passem mais tempo atendendo as demandas de trabalho, ocupando mais o dia a dia das pessoas.
Para ela, a relação, o diálogo sobre os assuntos e temas relacionados à escola, e que acontecem no ambiente de ensino, deveria se dar de forma espontânea e não por uma obrigação. “A confiança e o diálogo são dois componentes para uma boa relação entre pais e filhos. Ao se estabelecer essa conversa diária os pais passam a conhecer as necessidades dos filhos, que são alunos, os desejos, anseios, medos e se abre o espaço para uma intimidade mútua e saudável”, frisou Renata, que integra a diretoria do Sindicato dos Estabelecimentos de Ensino do Estado do Maranhão (Sinepe/MA).
Ela como especialista observa ainda que pais e mães com baixa escolaridade terão mais dificuldades no processo de aprendizagem dos filhos estudantes. Porém, o diálogo entre eles pode melhorar essa questão. “Os filhos precisam de pais presentes que proporcionem uma vivência de diálogo afetivo. Isto é essencial para uma sociedade saudável”, conclui Mouchrek.