O réu Raimundo Silva Menezes, de 42 anos, foi condenado a 20 anos de prisão, em regime fechado, acusado de ter assassinado a facadas a ex-mulher, Patrícia do Socorro Nunes de Souza, de 39 anos, por não aceitar o fim do relacionamento, nem que ela tivesse outro companheiro, mesmo após sete meses de separação.
O crime ocorreu na manhã do dia 24 de junho de 2019, na Avenida Pedro Alvares Cabral com a Tavares Bastos, no Bairro da Marambaia, em Belém. De acordo com o processo, a mulher estaria a caminho de uma delegacia de polícia para denunciar o réu por um possível abuso sexual contra uma filha dela, quando foi assassinada.
O Tribunal do Júri foi presidido pelo juiz Cláudio Hernandes Silva Lima e por maioria reconheceu que o réu cometeu homicídio qualificado contra a ex-mulher, tipificado ainda como feminicídio.O promotor de justiça Jaime Bastos Filho acusou o réu de matar a mulher por motivo torpe, por não aceitar o fim do relacionamento e usando recurso que dificultou ou tornou impossível a defesa da vítima.
O defensor público Alex Noronha reconheceu a prática do crime, mas tentou diminuir a pena.Um ex-namorado da vítima disse aos jurados que após o relacionamento, ficou amigo dela e ficou sabendo que ela havia visto o acusado tentando molestar a filha de 13 anos. Na ocasião, a mulher fez um acordo para que o réu não retornasse mais a casa, nem se aproximasse dela e das filhas, o que não foi cumprido pelo ex marido, obrigando-a a procurar pelas autoridades e denunciar a violência doméstica e sexual.
O réu Raimundo Menezes confessou o crime e disse que foi movido pelo ódio, alegando que a vítima estava lhe traindo com o ex-namorado. Ele admitiu que não aceitava o fim do relacionamento e por isso passou a seguir a ex-mulher para tentar a reconciliação. Ele também disse que não tinha feito nada contra a filha da vítima e que houve um mal entendido, pois não estava procurando ver a menina nua.
Por isso, disse que recebeu um tapa no rosto e foi expulso de casa.No dia do crime, a vítima resolveu denunciar Raimundo Menezes, por estar lhe seguindo e perseguindo na escola onde trabalhava. Nesse dia, ela percebeu que o acusado estava no mesmo ônibus, tendo telefonado para o amigo, pedindo carona na motocicleta dele até a Delegacia da Mulher.
No caminho, ela foi surpreendida pelo assassino, levando a primeira facada nas costas e caindo da garupa da moto, que estava parada no sinal do cruzamento das Avenidas Tavares Bastos com Pedro Alvares Cabral Com a mulher no chão, já ferida, o criminoso continuou a golpeá-la e também partiu para cima do condutor da motocicleta, que conseguiu fugir para pedir ajuda. A vítima foi atingida por quatro facadas, conforme o laudo cadavérico.
Populares que estavam próximos tentaram segurar o assassino, que fugiu do local e se escondeu numa oficina próxima, sendo preso em flagrante por uma guarnição da Policia Militar. A vítima foi socorrida e levada para a Unidade de Pronto Atendimento da Marambaia, perto do local do crime, mas morreu logo depois.