O corregedor da Polícia Federal no Pará, delegado Alexandre Ferreira Brabo, arquivou, sem mandar abrir investigação, uma denúncia do site de notícias O Antagônico contra o advogado Ilton Giussepp Mendes, atual presidente do Instituto de Gestão Previdenciária do Estado do Pará (Igeprev).
Ele é acusado de mandar notificações extrajudiciais a plataformas de armazenamento da publicação, além de ataques para tirá-la do ar sob o argumento de publicar matérias difamatórias.
Segundo o corregedor, a ocorrência registrada na PF pelo O Antagônico “não ensejou a instauração de procedimento investigatório, uma vez que a análise jurídica realizada sob a notícia não vislumbrou fato típico narrado”.
Para o delegado, apesar de o noticiante falar em “fruto de represálias de parte do governo do estado do Pará”, e que Giussepp Mendes, “havia enviado notificações extrajudiciais às plataformas exigindo a retirada, sob o argumento de publicações de matérias difamatórias, como também adquiriu 16 domínios com nome e variações do Antagônico”, no próprio registro na PF o noticiante informa que a retirada ocorreu em decorrência de atos da plataforma WIX, e não de ataques hackers”.
Portanto, resume Alexandre Brabo, “não se verifica adequação típica dos fatos noticiados, sendo arquivado no âmbito desta Corregedoria Regional de Polícia Federal o RDF 2022.0046838, sem a instauração de procedimento investigatório”.
No mês passado, o Ministério Público Federal (MPF) também arquivou pedido de O Antagônico para instauração de inquérito contra Giussepp Mendes por crime eleitoral sobre a mesma denúncia.
Com a palavra, O Antagônico
Ouvido pelo Ver-o-Fato sobre o arquivamento da denúncia pela PF, o jornalista Evandro Correia, diretor-editor de O Antagônico, afirmou que “já esperava pelo arquivamento por parte da PF, em razão da denúncia ser de natureza eleitoral”.
Entretanto, enfatiza o jornalista, “estamos juntando informações que farão parte de um dossiê sobre o senhor Ilton Giussepp, com todas as denúncias já veiculadas sobre ele, inclusive o indiciamento na polícia pelo crime de falsidade ideológica. Sabemos que Giussepp não é a figura central, sendo somente testa de ferro do homem da torre”.
Evandro Correia estranhou ainda não ter sido notificado sobre o arquivamento, dizendo que isso seria natural, pois “fui o autor da denúncia”.