Com US$ 5,06 bilhões exportados entre janeiro e março, estado se mantém como o 3º maior saldo comercial do Brasil; crescimento na diversificação de produtos impulsiona desempenho
O estado do Pará iniciou o ano de 2025 com um marco histórico na balança comercial: entre janeiro e março, o volume exportado chegou a US$ 5,06 bilhões — o maior valor registrado para um primeiro trimestre nos últimos dez anos. O saldo comercial foi de US$ 4,45 bilhões, colocando o estado na 3ª colocação nacional em saldo da balança comercial e na 6ª posição entre os estados exportadores do Brasil, segundo dados divulgados pelo Centro Internacional de Negócios (CIN) da Federação das Indústrias do Estado do Pará (FIEPA).
Para Cassandra Lobato, coordenadora executiva do CIN/FIEPA, os resultados refletem a força do Pará no comércio exterior, mesmo diante de um cenário global adverso.
“Apesar de todos os desafios enfrentados ao longo dos últimos anos, como crises políticas, pandemia e conflitos comerciais entre grandes potências, o Pará conseguiu alcançar o melhor resultado de sua balança comercial nesse período de janeiro a março nos últimos dez anos. Isso mostra a resiliência de nossos exportadores e a capacidade de expansão da nossa economia”, afirmou.
Diversificação das exportações marca novo ciclo de crescimento
Um dos principais destaques do trimestre foi o crescimento de 16,10% na variedade de produtos exportados, saltando de 764 NCMs (Nomenclaturas Comuns do Mercosul) em 2024 para 887 em 2025. Para a executiva da FIEPA, esse avanço representa um sinal claro de maturidade da pauta exportadora paraense.
“Conseguimos reverter o cenário do ano passado, que havia fechado com uma queda na variedade de produtos. Isso mostra que o Pará está ampliando sua participação em diferentes cadeias globais, abrindo espaço para novos mercados e setores”, explicou Cassandra.
Apesar da queda de 26,63% nas exportações de minério de ferro — o principal item da pauta exportadora do estado — devido à desaceleração do setor imobiliário chinês, outros minerais apresentaram forte crescimento:
- Alumina calcinada: +105,62%
- Minério de cobre: +36,85%
- Alumínio não ligado: +53,24%
Produtos não tradicionais ganham espaço no mercado internacional
O crescimento das exportações paraenses também foi impulsionado pelos chamados produtos não tradicionais, especialmente do setor agropecuário. As exportações de bovinos vivos aumentaram 174,74%, com destaque para o Egito como principal destino. Já a carne bovina teve alta de 24,72%, beneficiada pela forte demanda da China.
Outros segmentos da agroindústria também vêm ganhando visibilidade internacional, como destacou Cassandra:
“Setores como o de sucos de frutas, especialmente o açaí, e o de pimenta-do-reino têm conquistado mercados consolidados como Estados Unidos e Alemanha. O crescimento de 53,48% na exportação de pimenta é um exemplo claro da capacidade do Pará de diversificar sua pauta com produtos da agroindústria.”
Municípios exportadores e perspectivas para 2025
No recorte municipal, Canaã dos Carajás se destacou ao entrar no ranking dos seis maiores municípios exportadores do Brasil, impulsionado pelas vendas de minério de ferro e cobre. Também se destacaram os municípios de Barcarena, Parauapebas, Marabá e Itaituba, que figuram entre os maiores exportadores do estado.
As expectativas para os próximos meses seguem positivas:
“A tendência é de manutenção dos volumes exportados, com possibilidade de crescimento. A relação já bem estabelecida com o mercado asiático e as oportunidades decorrentes da reconfiguração das cadeias globais podem favorecer ainda mais o Pará”, prevê Cassandra.
Para a executiva, o momento é estratégico para consolidar o papel do estado no comércio internacional.
“Os números mostram que o Pará está no caminho certo. Com mais investimentos, especialmente em logística, inovação e diminuição da burocracia dos órgãos anuentes do Comércio Exterior, podemos consolidar ainda mais nosso papel estratégico no comércio internacional”, concluiu.
Do Ver-o-Fato, com informações de Comunicação FIEPA.