O chefe da maior milícia do RJ, Luiz Antônio da Silva Braga, o Zinho, que se entregou à Polícia Federal (PF) no fim da tarde deste domingo (24), foi transferido para o Complexo Penitenciário de Gericinó, em Bangu, na Zona Oeste do Rio de Janeiro. A prisão de Zinho se deu após negociações entre a defesa dele e a PF.
A TV Globo apurou que Zinho, após cumprir os trâmites de ingresso no sistema penal fluminense, foi imediatamente levado para a Penitenciária Laércio da Costa Pelegrino, conhecida como Bangu 1, de segurança máxima. O criminoso está na galeria reservada a milicianos.
Foragido desde 2018, Zinho tinha 12 mandados de prisão em aberto e, após negociações, se apresentou na Superintendência Regional da PF no Rio de Janeiro.
Nos últimos meses, a PF realizou várias operações para prender o miliciano — a última delas foi a Operação Dinastia 2, no último dia 19, que teve 5 presos e a apreensão de 4 armas, além de R$ 3 mil em espécie e celulares, computadores e outros aparelhos eletrônicos.
O secretário-executivo do Ministério da Justiça, Ricardo Cappelli, comemorou a prisão por meio do X (antigo Twitter). “Parabéns à Polícia Federal! É trabalho, trabalho e trabalho”, disse na publicação. O g1 tentou entrar em contato com a defesa de Zinho, mas até a noite deste domingo (24) ainda não obteve resposta.
Na última nota enviada, no contexto da Operação Dinastia 2, no último dia 19, a defesa negou que Zinho seja o chefe da milícia e cita uma suposta “total anemia probatória” contra ele. Entretanto, segundo notas da Polícia Federal, a prisão de Zinho neste domingo se deu após negociações entre da defesa com a PF e a Secretaria de Segurança do Rio.
Histórico
Zinho assumiu a frente da milícia de Campo Grande, Santa Cruz e Paciência, na Zona Oeste, em 2021, dois meses após a morte do antigo líder, seu irmão, Wellington da Silva Braga, o Ecko.
Antes de se tornar o líder da milícia, Zinho estava ligado às atividades de lavagem de dinheiro do grupo, principalmente na Baixada Fluminense.
Como o g1 revelou em 2018, na série Franquia do Crime, Zinho era sócio da empresa Macla Comércio e Extração de Saibro que, segundo a polícia, faturou R$ 42 milhões entre 2012 e 2017. Outras empresas da organização criminosa eram utilizadas para movimentação deste dinheiro.
Em 29 de agosto de 2018, a Polícia Civil tentou cumprir um mandado de prisão contra Zinho em um sítio no Espírito Santo. Na ocasião, o miliciano conseguiu fugir pela mata, mas a polícia apreendeu o celular dele, deixado no momento da fuga.