JOSUÉ COSTA – Jornalista e advogado
Dom Antônio de Assis Ribeiro, bispo auxiliar de Belém desde 2017, é a pupila dos olhos do arcebispo dom Alberto Taveira na sucessão do trono, prevista para maio de 2025, prazo limite para o prelado apresentar se aposentar compulsoriamente.
O arcebispo tem motivações de sobra para querer o auxiliar como seu sucessor. Conveniências. É o que dizem.
Dom Alberto revelou em recente entrevista que pretende continuar em Belém depois da aposentadoria compulsória. O mesmo revelou dom José Luis Azcona, bispo emérito do Marajó, decisão que agitou os bastidores daquela Prelazia. Mas vale lembrar que a decisão do bispo marajoara repousa num evidente clamor popular.
Boa parte dos padres do clero católico de Belém reclama que Dom Antônio de Assis comunga sem restrições das mesmas ideias do superior, desfrutando de um bom grau de amizade, o que muitas vezes, quando interpelado para se manifestar sobre decisões conturbadas de dom Alberto Taveira, o leva a um recolhimento indiferente, a um silêncio de consentimento, o que acaba marginalizando quem lhe procura para pedir apoio. Desabafo de muitos inconformados.
Dom Antônio Pádua é padre salesiano. É o último da fileira dos padres que trocaram a Ordem dos Salesianos de Dom Bosco pela Arquidiocese de Belém. Antes dele, foram incardinados os padres Bruno Secchi, Antônio Moraes, João Mometti, Moacir Robledo e Benedito Rocha.
Dizem nos bastidores que o auxiliar de Belém já deve ter seu nome cogitado entre os possíveis sucessores de dom Alberto Taveira. E deve contar, no Vaticano, com interferências de peso nesse sentido.
Sua indicação, assim, seria um bálsamo à anunciada vontade de dom Taveira continuar em Belém. Teria acolhimento de primeira classe, decerto com direito a continuar morando no palacete episcopal, sorte que não tiveram o monsenhor Aderson Neder e o cônego José Maria Albuquerque, padres de idade que foram convidados a sair da confortável casa, em 2010, com a chegada do arcebispo.
A saída compulsória desses dois padres, há tempos carinhosamente acolhidos por dom Vicente Zico e dom João Tempesta, gerou muito rumor e mal-estar no clero. Pior ficou quando logo em seguida, talvez impactados com a mudança, ambos faleceram.
Roma locuta… Tomara que à luz do Espírito Santo.