Nos rios e nas ruas da bucólica São João de Pirabas, na microrregião do Salgado , o povo católico comemora um dos mais emblemáticos Círios do interior paraense. Resultado de uma graça alcançada por conta da intervenção milagrosa de Nossa Senhora de Nazaré em um conflito entre pescadores e a presidência da Colônia de Pescadores, em 1942, que restituiu a paz e a ordem na então vila pertencente a Salinas.
O evento religioso, segundo Dom Carlos Verzeleti, bispo da Diocese de Castanhal é um dos mais aguardados da região por sua história e os seus elementos simbólicos como a berlinda, única no estado.
Na tarde de sábado a romaria fluvial trouxe a imagem da Santa de volta a sede do município, onde uma multidão a aguardava no trapiche da orla da cidade para a motorromaria. As 21h00 os fiéis voltaram as ruas da cidade para tradicional transladação, saindo da igreja matriz até a igreja de São Pedro, após conhecerem o novo manto da imagem apresentada aos fiéis pelo padre Rosileno Garcia, pároco local.
Na manhã deste domingo os fiéis fazem o sentido inverso até a igreja matriz encerrando a 80a edição do Círio de Nazaré em São João de Pirabas.
Em São João de Pirabas a Berlinda é um dos elementos simbolicos mais significativos para a população local. Ornamentada por coloridas flores o andor tem a forma de uma embarcação onde uma criança vestida de marinheiro a conduz sobre os ombros dos guardas de nossa senhora. A imagem acolhida na réplica do barco encanta os visitantes e emociona mesmo aqueles que já estão acostumados a contempla-la em meio a multidão.
Curiosidade:
A Berlinda foi construída a partir da fuselagem de um flutuador de catalina, avião usado na II guerra mundial. A peça fora encontrada por pescadores parcialmente enterrada nas areias da praia da ilha da Fortaleza e adquirida para servir como andor para a imagem nas procissões do Círio de Nazaré em Pirabas.
Foto: Sandro Barbosa/Pascom Pirabas Fotos: Sandro Barbosa/Pascom Pirabas
Reportagem especial de Paulinho Pinheiro para Ver-o-Fato