A morte de Yahya Sinwar, número 1 do Hamas, foi anunciada pelas Forças Armadas de Israel nesta quinta-feira (17). Um dos principais alvos israelenses, Sinwar, que já ficou preso por 23 anos em Israel e governou dentro de Gaza, tinha assumido o comando do grupo terrorista havia pouco mais de dois meses, em substituição do então comandante, Ismail Hanyeh, assassinado no Irã.
Após a confirmação da morte, o primeiro-ministro de Israel, Benjamin Netanyahu, afirmou: “Hoje acertamos as contas. Hoje o mal recebeu um golpe, mas nossa tarefa ainda não foi concluída. Às queridas famílias dos reféns, eu digo: este é um momento importante na guerra. Continuaremos com força total até que todos os seus entes queridos, nossos entes queridos, estejam em casa”.
A “era de Yahya Sinwar”, como simpatizantes do Hamas estavam chamando a nova gestão do grupo terrorista, durou pouco mais de dois meses. Sinwar foi nomeado em agosto o comandante máximo do Hamas, após a morte de seu antecessor, Ismail Haniyeh, assassinado por Israel quando estava no Irã.
Desde que virou comandante, no entanto, seu paradeiro era secreto. Mas o perfil do terrorista deu pistas a Israel — nascido e crescido na Faixa de Gaza, ele tinha uma relação de proximidade com moradores do território.
Antes de virar o número 1 do Hamas, Sinwar era o chefe do Hamas na Faixa de Gaza, o que o aproximava de simpatizantes — Haniyeh, seu antecessor, exercia um papel mais político e nunca era visto em Gaza. Ele vivia em Doha, no Catar. “Sinwar vive com o povo palestino em Gaza. Ele é mais firme do que um líder que vive fora de Gaza”, disse à Rádio França Internacional um simpatizante do Hamas que vive em Hebrón, na Cisjordânia, quando o terrorista foi nomeado o comandante do grupo.
Mas foi outra característica de Sinwar que fez com que Israel passasse mais de um ano em sua caça: foi ele quem comandou os ataques do Hamas a Israel de 7 de outubro de 2023, o maior atentado em solo israelense, quando os terroristas mataram mais de 1.200 e sequestraram centenas de outras.
Nesta quinta-feira (17), Israel anunciou ter matado Sinwar em um bombardeio em Rafah, no sul de Gaza. A morte dele é o episódio mais recente da ofensiva israelense contra lideranças do Hamas e do Hezbollah. Veja aqui a lista dos líderes terroristas mortos por Israel.
O então chefe de Hamas era conhecido pelo uso da violência. Ele tinha o apelido de “Açougueiro de Khan Younis”, por ter matado 12 pessoas com um facão na Faixa de Gaza. Ele suspeitava que as vítimas estivessem colaborando com Israel.
REPERCUSSÃO
Nesta quinta-feira), líderes mundiais repercutiram a morte de Yahya Sinwar, número 1 do Hamas. As Forças Armadas de Israel informaram o falecimento do terrorista, que ficou preso por 23 anos em solo israelense e comandou a Faixa de Gaza durante um período.
Sinwar foi um dos articuladores do ataque terrorista de 7 de outubro do ano passado contra Israel. Ele assumiu o comando do Hamas há cerca de três meses, pois foi o sucessor do então comandante Ismail Hanyeh, assassinado no Irã.
O primeiro-ministro de Israel, Benjamin Netanyahu, comemorou a morte de Yahya. “Hoje acertamos as contas. Hoje o mal recebeu um golpe, mas nossa tarefa ainda não foi concluída. Às queridas famílias dos reféns, eu digo: este é um momento importante na guerra. Continuaremos com força total até que todos os seus entes queridos, nossos entes queridos, estejam em casa”, declarou.
Joe Biden também demonstrou muita satisfação com o falecimento do lídeor do Hamas. “Este é um bom dia para Israel, para os Estados Unidos e para o mundo. Como líder do grupo terrorista Hamas, Sinwar foi responsável pelas mortes de milhares de israelenses, palestinos, americanos e cidadãos de mais de 30 países. (…) Hoje, no entanto, prova mais uma vez que nenhum terrorista em lugar nenhum do mundo pode escapar da justiça, não importa quanto tempo leve”, disse o presidente dos Estados Unidos.
“Agora há a oportunidade para um ‘dia seguinte’ em Gaza sem o Hamas no poder, e para um acordo político que forneça um futuro melhor para israelenses e palestinos. Yahya Sinwar era um obstáculo intransponível para atingir todos esses objetivos. Esse obstáculo não existe mais. Mas ainda há muito trabalho pela frente”, completou.
Já a vice-presidente dos Estados Unidos e candidata democrata, Kamala Harris, declarou que a “justiça foi feita”. “Sinwar foi responsável pela morte de milhares de pessoas inocentes, incluindo as vítimas de 7 de outubro e reféns mortos em Gaza. Este momento nos dá uma oportunidade de finalmente acabar com a guerra em Gaza. Hoje, só posso esperar que as famílias das vítimas do Hamas sintam um pouco de alívio”, comunicou.
Veja outras declarações
Emmanuel Macron, presidente da França
“Yahya Sinwar foi o principal responsável pelos ataques terroristas e atos bárbaros de 7 de outubro. Neste dia, penso com emoção nas vítimas, incluindo 48 dos nossos compatriotas, e nos seus entes queridos. A França exige a libertação de todos os reféns ainda detidos pelo Hamas”.
Ministra das Relações Exteriores da Itália, Annalena Baerbock
“Sinwar era um assassino brutal e terrorista, que queria destruir Israel e seu povo. Como o mentor do terror em 7 de outubro, ele trouxe morte a milhares de pessoas e sofrimento imensurável a uma região inteira. O Hamas deve agora libertar todos os reféns e depor suas armas, o sofrimento do povo em Gaza deve finalmente acabar”
Secretário de Defesa do Reino Unido, John Healey
“Eu, por exemplo, não lamentarei a morte de um líder terrorista como Sinwar, alguém que foi responsável pelo ataque terrorista de 7 de outubro. E estou ciente, assim como o governo do Reino Unido, de que isso desencadeou não apenas o dia mais sombrio e mortal para o povo judeu desde a Segunda Guerra Mundial, mas também mais de um ano de conflito e um nível intolerável de baixas civis palestinas”.
Ministro das Relações Exteriores da Itália, Antonio Tajani
“Espero que o desaparecimento do líder do Hamas leve a um cessar-fogo em Gaza”
Líder da maioria do Partido Democrata do Senado dos EUA, Chick Schumer
“Sinwar, com suas crenças e ações, causou muita dor ao povo israelense e palestino; e eu rezo para que sua eliminação da cena abra caminho para trazer para casa urgente e imediatamente todos os reféns — incluindo os 7 americanos — e negociar o fim das hostilidades que garantirá a segurança do povo israelense e fornecerá alívio humanitário completo e um novo caminho para o povo de Gaza”.
Líder do Partido Republicano na Câmara dos EUA, Mike Johnson
“Com a saída dos líderes sanguinários do Hamas e do Hezbollah, o governo Biden-Harris deve agora trabalhar em conjunto com Israel para aplicar uma campanha de pressão máxima contra a cabeça da serpente: o Irã. Apesar da condenação das estratégias da Administração Biden-Harris, o primeiro-ministro Netanyahu produziu múltiplas vitórias decisivas para Israel, de modo que estamos à beira de um novo dia de segurança e liberdade no Oriente Médio. Não podemos deixar esse momento ser desperdiçado”.
Embaixador de Israel na ONU, Danny Danon
“Nossas forças da IDF eliminaram Yahya Sinwar, o líder do Hamas e arquiteto chefe do massacre de 7 de outubro. Ontem, no Conselho de Segurança da ONU, muitos perguntaram por que ainda estamos em Gaza um ano após as atrocidades de 7 de outubro. Hoje eles obtiveram a resposta. Nenhum terrorista é imune ao longo braço da IDF. Não vamos parar até trazermos para casa todos os nossos reféns e eliminarmos os monstros do Hamas”.