Em meio a uma nova onda de críticas à atuação da arbitragem brasileira, a CBF anunciou no fim da manhã desta quarta-feira um plano de ações para qualificar o quadro nacional. Entre as medidas estão o treinamento em simuladores de VAR, uma intertemporada para a arbitragem ao final do primeiro turno e a contratação de uma plataforma para que todos os árbitros e assistentes tenham acesso às próprias estatísticas ao final de cada rodada. Além disso, a médio prazo os árbitros deverão decidir se querem atuar no campo ou como árbitro de vídeo.
As medidas foram apresentadas pelo presidente da Comissão de Arbitragem da CBF, Wilson Seneme. Segundo ele, as ações se baseiam em um diagnóstico que ele fez desde que assumiu a função, no início de abril.
Um dos pontos mais críticos diz respeito ao VAR. Ainda que a CBF sempre tenha exaltado o fato de ser uma das primeiras confederações a implantar o sistema, Seneme apontou que não havia nem sequer um gerente técnico para o árbitro de vídeo. A função, agora, caberá ao ex-árbitro Péricles Bassols.
“Quando cheguei aqui, não havia uma pessoa técnica de VAR. Existia uma figura administrativa para o VAR, que nunca palestrou, que nunca deu uma palestra técnica de arbitragem. Agora a gente define um gerente técnico de VAR, que vai estar dia a dia desenvolvendo um trabalho técnico do VAR”, afirmou.
Ainda sobre o sistema, Seneme anunciou que a construção da linha de impedimento pela equipe do VAR passará a ser disponibilizada ao vivo para a transmissão da TV. Atualmente, apenas a imagem congelada, já com as linhas traçadas, é exibida. A mudança acontecerá a partir da próxima rodada.
“A gente admite que foi uma semana ruim de arbitragem, mas não teve relação a organização deste evento com o que ocorreu (na última rodada)”, disse Seneme. Segundo ele, o anúncio do programa de ações e a contratação de novos profissionais para a Comissão de Arbitragem já vinha sendo planejado há semanas.
Antes do anúncio, durante a oficialização da nova comissão, o presidente da CBF, Ednaldo Rodrigues, discursou fazendo uma ‘defesa das críticas’. “Eu acredito que a crítica constrói. Por isso, eu peço que os senhores debatam muito e façam as cobranças aos árbitros. Façam isso sempre, para o bem da arbitragem do futebol brasileiro. Nós não estamos aqui com fins de paternalismo. Isso já acabou, e não só com a arbitragem”, disse. (AE)