A brutalidade da violência no Brasil atinge níveis inimagináveis, e o caso ocorrido em Porto Esperidião, a 358 km de Cuiabá, no último sábado (14), é mais uma prova chocante do terror que impera em nossas ruas. Duas irmãs, Rayane Alves Porto, de 28 anos, e Rithiele Alves Porto, de 25 anos, foram sequestradas, torturadas e mortas a facadas por um grupo de sete pessoas. O que era para ser um dia de celebração, após um festival de pesca, transformou-se em um cenário de horror.
Rayane, candidata a vereadora, e sua irmã eram proprietárias de um circo e jamais poderiam imaginar o destino cruel que as aguardava. Arrastadas junto com outros dois sobreviventes para um cativeiro, as irmãs foram submetidas a torturas indescritíveis, com direito a mutilação e agressões psicológicas. Em um dos cômodos do local onde foram mantidas reféns, a polícia encontrou dedos e cabelos de uma das vítimas, uma cena que denuncia o sadismo dos agressores.
O motivo? Uma foto tirada no Rio Jauru, que, segundo os criminosos, simbolizava um número associado a uma facção rival. O Brasil assiste, perplexo, à normalização de uma barbárie sem precedentes, em que qualquer gesto é pretexto para atos de pura selvageria. Os criminosos, ao se identificarem como membros de uma facção, deixaram claro que suas ações eram também uma demonstração de poder — como se a vida de Rayane, Rithiele e das demais vítimas fosse moeda de troca.
Não satisfeitos com as torturas, os agressores ainda exigiram dinheiro para poupar as vidas das vítimas. Quando um dos sobreviventes conseguiu fugir e alertar a polícia, a tragédia já estava consumada: as irmãs estavam mortas, seus corpos marcados por facadas e com os cabelos cortados, num ritual macabro que escancara a desumanidade dos agressores.
Em nota, o candidato à Prefeitura de Porto Esperidião, Herculis Albertini (PSD), lamentou a morte das irmãs: “Essa perda trágica deixa uma dor incalculável em todos nós.” Mas não é apenas a comunidade local que sente esse golpe. Todos nós, enquanto sociedade, sofremos quando a violência atinge tamanha crueldade.
A Polícia Civil investiga o caso, e a resposta mais urgente que se espera é a captura desses monstros que espalham o terror e desprezo pela vida humana. Até agora, nenhum dos responsáveis foi preso, e o clamor por justiça ecoa diante da impunidade que ainda impera. Que país é esse, onde um simples gesto pode custar uma vida?