Um caso inusitado chamou atenção em Santa Rita do Araguaia, no sudoeste do estado de Goiás, onde um homem furtou uma associação de equoterapia e um sindicato rural, ateou fogo em um dos locais e, de forma surpreendente, deixou um bilhete pedindo desculpas pelos crimes.
Segundo a Polícia Militar (PM), o suspeito admitiu que roubou para sustentar o vício em drogas e escreveu: “Desculpe pela intrusão aqui dentro. Me perdoem, mas sou dependente químico, roubo para manter o vício.”
Os furtos ocorreram na última terça-feira (22), e as novas invasões, juntamente com o incêndio na associação de equoterapia, foram registradas na quinta-feira (24). De acordo com o relato da PM, o homem admitiu ter incendiado o local para tentar eliminar provas do crime. Entre os objetos furtados estavam uma smart TV e um micro-ondas.
No bilhete deixado no local, o suspeito fez um apelo: “Quero ficar livre dessa droga. Me deixa louco e faço besteira. Fui, amo vocês.” As palavras, embora contraditórias e até bizarras para uma situação de crime, revelam um desabafo de alguém que aparenta estar em conflito com sua própria condição de dependência.
O Corpo de Bombeiros foi acionado para conter o incêndio, que foi rapidamente controlado. Durante a vistoria no local após as chamas serem apagadas, a PM constatou a ausência dos objetos furtados. Imagens de câmeras de segurança da associação ajudaram na identificação do suspeito, e, após buscas, ele foi localizado em uma casa no Setor Vila Mutirão. Ao perceber a presença dos policiais, o homem tentou fugir, mas foi detido.
Ainda durante a operação, a polícia encontrou uma mulher que teria comprado os itens furtados, evidenciando um esquema de receptação. O suspeito, que já respondia em liberdade por outro crime de furto, foi levado à delegacia junto com os objetos recuperados. A defesa do suspeito não foi encontrada para comentar o caso até o momento.
O episódio bizarro evidencia um lado sombrio do impacto das drogas na vida das pessoas, levando até mesmo a atos criminosos acompanhados de pedidos de desculpas inusitados. A situação levanta questões sobre a necessidade de programas de reabilitação e políticas públicas para ajudar dependentes químicos a romperem o ciclo de vício e criminalidade.