O time engrenou de vez, exibe personalidade e determinação dentro de campo e já está praticamente de volta à Série B. O Papão fez um jogo de gente grande, de camisa pesada e mostrou porque é a equipe mais vitoriosa do norte do País.
Com frieza, derrotou o Belo fora de casa num jogo em que saiu perdendo, desperdiçou pênalti, mas soube buscar a virada, carimbando 3 a 2. A perda do acesso nesse cenário seria a maior catástrofe da história bicolor.
Esta excelente campanha, na reta final, após um começo e meio da competição horrorosos, se deve muito ao treinador Hélio dos Anjos. Ele provou que técnico, quando conhece seus atletas e tem o time sob controle, também ganha jogo.
Botafogo (PB) e Paysandu se enfrentaram na tarde deste sábado, no estádio Almeidão em João Pessoa -PB, em jogo válido pela 4ª rodada do quadrangular final do campeonato brasileiro da Série C.
O jogo valia muito ou quase tudo para as duas equipes. Para os donos da casa era a sobrevivência para o tão sonhado acesso. O Belo iniciou o quadrangular com pé direito, agora amarga a lanterna da chave, depois de uma derrota para o próprio Paysandu na última rodada.
Já o Papão vive ótima fase e foi à Paraíba ostentando a liderança do grupo com 7 pontos. Em caso de vitória e um triunfo do Volta Redonda em cima do Amazonas, no Rio de Janeiro, o clube paraense poderá fazer a festa antecipada do acesso, na Doca de Souza Franco, ainda durante a noite deste sábado.
1º tempo: pegada, emoções e 4 gols
E a mal a bola rolou, o Belo mostrou logo tinha vindo com sangue nos pés para tentar acabar com o sonho bicolor pelo acesso antecipado. Em menos de trinta segundos, num ataque perfeito, com uma linda jogada de infiltração e triangulação, Pipico (ex-Paysandu) recebeu sozinho para marcar um “gol de videogame”, abrindo o placar no Almeidão. Botafogo 1×0. Os donos da casa estavam em um ritmo alucinante.
Depois do gol, o Botafogo até ensaiou uma blitz em cima dos paraenses, mas o Papão conseguiu se acalmar, passando a dominar as ações da partida e também a posse de bola. Até que a primeira boa jogada do alvi-celeste apareceu. Aos 20 minutos, Robinho lança a redonda para Nicolas Careca no lado direito do ataque, o atacante cortou para o meio e chutou forte para a boa defesa de Mota. Papão já estava esperto no jogo.
Aos 27 minutos, depois de fustigar a defesa adversária e amadurecer o gol de empate, uma cobrança de escanteio, o atacante do Papão cabeceou para gol e a bola bateu na mão de Luisinho. A jogada seguiu, mas o VAR chamou o juizão para analisar o lance, que constatou pênalti a favor do Paysandu. Na cobrança, o Super Mário bateu mal e Mota defendeu. Uma chance incrível de empatar a partida foi perdida.
E quem pensava que o Papão se abalaria com a perda da penalidade se enganou. Em jogada trabalhada pelo bicolor, a bola sobrou para esquerda com Robinho, que com muita categoria cruzou rasteiro para Edilson, do lado direito, se atirar e com os pés mandar para o fundo das redes: Era o gol de empate do Paysandu. 1×1. O Papão não merecia o placar adverso.
Com o gol, o Paysandu cresceu ainda mais e não saía do campo de ataque. Aos 49 minutos, depois de muito perde e ganha, a bola sobrou para Vinicius Leite no lado esquerdo do ataque. O atacante bicolor não desperdiçou e colocou a bola para o fundo da rede do Belo, num chute forte e venenoso. Gol da virada alvi-celeste, 2×1.
Mas não deu tempo nem de comemorar. Aos 52 minutos, o perigoso e experiente Pipico completou o cruzamento na área e cabeceou para o fundo do gol. Foi o gol de empate do Botafogo. 2×2. Um apagão da defesa paraense.
Depois disso não teve tempo para mais nada e o Juizão decretou o fim da primeira etapa. Foram 45 minutos eletrizantes, em que os donos da casa começaram melhor, mas a maior parte do tempo foi de domínio do Paysandu, que conquistou a virada e por uma bobeada cedeu o empate.
A virada merecida
O segundo tempo começou e logo aos 6 minutos o Papão perdeu um gol Incrível. De novo Robinho, o melhor em campo. O armador bicolor colocou João Vieira na cara do gol, mas o meio campista perdeu a 1 metro da linha de fundo, colocando a bola por cima da trave . Faltou categoria para virar o marcador.
Mas aos 11 minutos não teve jeito. A bola foi lançada na área e Vinicius Leite tentou finaliza. A bola espirrou e sobrou para Robinho, o craque que fazia por merecer o gol dele. Robinho finalizou para desempatar a partida. Bicola 3×2. Que jogo!
E com as substituições o Botafogo se lançou ao ataque e o Paysandu “fechou a casinha”. O placar da partida refletia muito as escolhas dos treinadores. O jogo estava truncado. Até que aos 35 minutos, a bola foi lançada na área do Paysandu, e depois de muito bate-rebate, o atacante do Belo colocou a pelota para dentro do gol, prontamente anulado pelo atento bandeirinha.
Depois de análise do VAR o gol foi desmarcado: impedimento. Paysandu 3×2 Botafogo. Os atletas estavam “à flor da pele”. Depois disso não tinha mais organização, não tinha mais posição, parecia uma guerra nas trincheiras, era um jogo dramático.
As duas equipes tiveram grandes chances, tanto o Botafogo de empatar, quanto o Paysandu de ampliar a contagem. Mas o placar não se alterou e foi o fim do jogo. Paysandu, enfim, saiu de campo com a vitória, aplaudido pela Fiel que compareceu em bom número ao Almeidão.
Foi um jogo eletrizante e empolgante para os amantes do futebol. A equipe paraense mereceu a vitória pois foi melhor na maior parte dos 90 minutos. Uma vitória enorme que soa como alívio e praticamente encerra um pesadelo de cinco anos na Série C.
Escalações:
Paysandu: Matheus Nogueira, Edilson, Wanderson, Wellington Carvallho, Kevin; João Vieira, Alencar (Jacy), Robinho (Juninho), Vinicius Leite (Ronaldo Mendes); Nicolas Careca (Arthur) e Mário Sérgio. Técnico: Hélio dos Anjos.
Botafogo (PB): Mota, Ricardo Luz, Wesley Matos, Lucas Santos (Gerson Magrão), Zé Mário; Wesley Dias, Netinho (Mariotto), Renatinho; Luisinho, Matheus Anderson (Rogerinho), Pipico. Técnico: Leston Júnior.
MELHORES MOMENTOS E GOLS DO JOGAÇO