A Polícia Civil do Pará (PCPA) deflagrou ontem uma operação em Belém para investigar fraudes milionárias envolvendo empresas de consórcios. A ação resultou no cumprimento de sete mandados de busca e apreensão nas sedes das empresas suspeitas e nas residências dos seus sócios.
A operação, coordenada pela Divisão de Investigações e Operações Especiais (DIOE) e pela Delegacia Especializada em Investigação de Estelionato e Outras Fraudes (DEOF), visa desmantelar uma rede criminosa que enganava consumidores com promessas falsas de imóveis e veículos.
As investigações revelaram que as empresas utilizavam anúncios fraudulentos para atrair vítimas, oferecendo financiamentos que exigiam entradas entre 30 mil e 100 mil reais. No entanto, os bens prometidos nunca eram entregues, e os anúncios faziam uso indevido de propriedades de terceiros sem autorização.
“O modus operandi do grupo incluía mudanças frequentes de endereço e substituição de funcionários para evitar a detecção e prolongar o esquema”, explicou Walter Resende, delegado-geral da PCPA. Para isso, a organização contratava vendedores por curtos períodos, criando um fluxo constante de novos funcionários para gerenciar os anúncios fraudulentos.
Durante a operação, a polícia apreendeu diversos materiais que serão fundamentais para aprofundar as investigações e identificar outros envolvidos. “Com os materiais apreendidos durante os mandados de hoje, esperamos avançar significativamente nas investigações e na compreensão da extensão dos golpes aplicados para que possamos prender todos os envolvidos e estancar esse tipo de golpe”, afirmou Gustavo Amoglia, diretor da DEOF.
As vítimas do esquema descobriram a fraude somente após realizar os pagamentos, quando perceberam que os bens nunca seriam entregues e que os anúncios utilizavam propriedades de terceiros sem permissão.
As investigações continuam, e a polícia pede que qualquer pessoa com informações sobre o esquema entre em contato para contribuir com as apurações.