O assunto já cansou os ouvidos de quem mora na capital paraense, porém, ao que tudo indica, parece ser algo que está longe de acabar. Uma prova disso está nos números de denúncias que chegaram diariamente ao Centro Integrado de Operações (Ciop). Somente no primeiro trimestre de 2023 foram 19.993 ocorrências – o que equivale a mais de 222 denúncias por dia, em Belém. E um dado curioso é que o bairro da Pedreira lidera os índices de queixas feitas ao 190 sobre poluição sonora.
Outro fato relevante que muita gente não se dá conta, ou não percebe, é que não são somente as festas de aparelhagens que provocam poluição sonora. Carro-som, ruídos dos maquinários da construção civil (a terrível maquita) e dos motores de carro, as buzinas e ambientes de muita aglomeração também contribuem para o tormento.
A fonoaudióloga Izi Pardal relembra que o volume de som a partir de 50 decibéis (dB) já é prejudicial à saúde humana. “A própria Organização Mundial da Saúde reconhece isso! E a partir de 75 decibéis (dB) a poluição sonora se torna mais séria, inclusive podendo resultar em perda auditiva irreversível mediante exposição prolongada rotineira e de até oito horas”, explica.
O tratamento pode ser feito à base de medicamentos, chegando até o uso de aparelhos auditivos. Segundo a especialista, zumbido no ouvido ou a sensação de ouvido tampado, a necessidade de aumentar o volume da televisão e a repetição do que foi dito já são sinais de alerta que podem indicar problemas causados pela poluição sonora. “Outra consequência é o estresse e a dificuldade para conseguir dormir”, acrescentou Izi.
“Além de afetar a concentração, o ruído excessivo e constante pode provocar outros problemas à saúde humana, como: agitação respiratória, aceleração da pulsação, aumento da pressão arterial, dor de cabeça, gastrites, estresse, fadiga, depressão e ansiedade”, acrescentou a fonoaudióloga.