Um homem identificado como Maurício César Mendes Rocha Filho, de 25 anos, foi preso pela Polícia Civil no bairro do Jurunas, em Belém, durante a sexta fase da operação “Exposed”, deflagrada pela Divisão de Combate a Crimes Contra Grupos Vulneráveis Praticados por Meios Cibernéticos (DCCV). A investigação apontou que o suspeito possuía histórico de divulgar vídeos íntimos e ameaça contra mulheres com quem teve relacionamento. Durante a operação, dois aparelhos celulares de Maurício foram apreendidos.
Uma das vítimas foi a fotógrafa Luma Bony, de 23 anos, que teria tirado a própria vida após ter um vídeo íntimo exposto pelo sujeito em uma rede social. A família dela deu entrevista a O Liberal e contou detalhes do que pode ter ocorrido.
Os familiares contam que a jovem havia brigado com o namorado e estaria bêbada, então após muita insistência do suspeito, teria resolvido ir com ele até um sítio para uma festa de família.
“A gente descobriu, depois, que, chegando ao sítio, ele comprou ainda mais bebida no cartão dela, embebedou ainda mais a minha filha, drogou ela – o laudo da perícia mostra que ele deu LSD para a minha filha – e convenceu ela a sair de lá com ele. Ele disse que ia levar a Luma até a casa da avó dela, mas antes, precisava deixar uma mochila na casa dele e ela foi”, diz o pai de Luma para o jornal.
Já na casa dele, onde morava com a mãe, a avó, o irmão e a cuidadora da avó, a violência sexual ocorreu com a jovem que já estava desacordada. Durante o ato, ele gravou o vídeo, que posteriormente iria expor na internet.
Ainda de acordo com a família, dias após a violência a vítima teria pedido, sem explicar o motivo, R$ 2.500 para avó, que recusou. No dia 9 de novembro deste ano, a fotógrafa foi encontrada morta após cair do sétimo andar.
A família conta que não sabia da existência de Maurício até começar a receber mensagens de outras pessoas que diziam já terem sido vítimas do mesmo homem. “A gente não entendia porque ela teria pedido aquele dinheiro. Hoje a gente sabe que ele fez chantagem com o vídeo onde ela é violentada. Isso depois de ter publicado um vídeo no próprio Instagram, que é aberto, e marcado a minha filha na publicação. A gente só pode imaginar como estava a cabeça dela naquela hora. Depois, as outras vítimas já nos contaram que ele tinha a prática de extorquir, ameaçando elas com os vídeos”, detalha o pai na entrevista.
O pai da vítima avalia com indignação que os familiares do acusado seriam coniventes com seus crimes. A gente ficou sabendo que ele tinha passagem pela polícia e o próprio pai dele tem vários processos na Justiça. O que mais me indigna, no caso da minha filha, é que ele a embebedou, a drogou e a levou para a casa onde estavam a mãe, a avó, o irmão, a tia e a cuidadora – ele diz isso em depoimento – então todas as pessoas estão vendo que chegou uma moça vulnerável. Será que essa mãe não viu? Ela não é mãe, é cúmplice. Cheio de tias dele no sítio, onde tias dele já tinham falado que ele gravava as moças. Isso não é tia, é cúmplice! O que a gente entende, então, é que todo mundo já estava sabendo e não fez nada”.
Segundo a família, dois dias depois da morte da fotógrafa, o pai de Maurício começou a seguir as irmãs da vítima nas redes sociais, bem como as redes sociais das empresas da família, mas ainda não foram alvos de ameaça. Mas o pai conta que “inclusive uma das vítimas que foi à delegacia pedir medida protetiva contra ele, conseguiu, e o pai dele ligou para ela para ameaçar. Então você nota que não é uma família, é quase uma quadrilha”.
Dias após a morte da jovem, ela foi muito homenageada por seguidores nas redes sociais, principalmente por influenceres que tinham admiração e amizade. Agora, a família, amigos e admiradores pedem justiça para que o caso não fique impune. O caso segue sendo investigado pela Polícia Civil.